Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadania

Este artigo baseia-se em uma tese de doutorado que teve como objetivo compreender o processo comunicativo instituído no âmbito da Vigilância Sanitária, privilegiando a perspectiva do direito do cidadão à informação e à comunicação e tendo como objeto empírico a rotulagem de alimentos. Para tal, fora...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Bianca Ramos Marins, Inesita Soares de Araújo, Silvana do Couto Jacob
Format: Article
Language:English
Published: Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) 2014-11-01
Series:Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia
Subjects:
Online Access:https://157.86.10.37/index.php/visaemdebate/article/view/440
_version_ 1818273674749280256
author Bianca Ramos Marins
Inesita Soares de Araújo
Silvana do Couto Jacob
author_facet Bianca Ramos Marins
Inesita Soares de Araújo
Silvana do Couto Jacob
author_sort Bianca Ramos Marins
collection DOAJ
description Este artigo baseia-se em uma tese de doutorado que teve como objetivo compreender o processo comunicativo instituído no âmbito da Vigilância Sanitária, privilegiando a perspectiva do direito do cidadão à informação e à comunicação e tendo como objeto empírico a rotulagem de alimentos. Para tal, foram ouvidos os três segmentos que participam, em algum grau, da definição, implementação e fiscalização das políticas públicas sobre a rotulagem: os setores público, produtivo e a sociedade civil organizada, além do setor acadêmico, por sua contribuição no âmbito dos estudos científicos. Com base nas confluências e divergências, propôs-se um sistema de comunicação sobre o tema da rotulagem que melhor assegure o direito à informação e à comunicação pelo cidadão, sem desconsiderar os interesses envolvidos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em saúde, seguindo o método Estudo de Caso. Para configuração do problema de pesquisa e análise dos dados, o principal referencial teórico utilizado foi o da produção social dos sentidos, particularmente o quadro conceitual que entende a comunicação como um mercado simbólico. Dentre os resultados, foi possível evidenciar que a prática comunicativa não consegue responder às demandas do cidadão de forma satisfatória; que os valores do mercado se sobrepõem ao direito à informação e à comunicação e que os setores buscam articulações de caráter pontual, frente a demandas de risco. Existem também conflitos intra e intersetoriais que abalam o fluxo comunicativo e a garantia desse direito ao cidadão, como falhas na aplicabilidade normativa pelo setor produtivo e forte apelo publicitário ao consumo; poucas parcerias para definir estratégias de difusão da informação; dificuldades para fiscalização da rotulagem; poucos canais capazes de aproximar os órgãos normativos das pesquisas acadêmicas. No sistema proposto, sugere-se melhor definição de competências legais entre os órgãos normativos; compromisso ético dos setores; sensibilização midiática para difusão da informação para a sociedade; intensificação da fiscalização da rotulagem; efetiva punição aos infratores e disponibilizar telefone 0800 do órgão normatizador nos rótulos. Expressivamente, nele estão concentrados e representados diferentes interesses dos diversos atores sociais envolvidos no sistema produtivo alimentício.
first_indexed 2024-12-12T22:01:43Z
format Article
id doaj.art-295f983d24434030a68ad4fe909ef609
institution Directory Open Access Journal
issn 2317-269X
language English
last_indexed 2024-12-12T22:01:43Z
publishDate 2014-11-01
publisher Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
record_format Article
series Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia
spelling doaj.art-295f983d24434030a68ad4fe909ef6092022-12-22T00:10:29ZengFundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia2317-269X2014-11-0124Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadaniaBianca Ramos Marins0Inesita Soares de Araújo1Silvana do Couto Jacob2Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz (EPSJV/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJInstituto de Comunicação e Informação Tecnológica em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (ICICT/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJInstituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, Fundação Oswaldo Cruz (INCQS/Fiocruz), Rio de Janeiro, RJ, BrasilEste artigo baseia-se em uma tese de doutorado que teve como objetivo compreender o processo comunicativo instituído no âmbito da Vigilância Sanitária, privilegiando a perspectiva do direito do cidadão à informação e à comunicação e tendo como objeto empírico a rotulagem de alimentos. Para tal, foram ouvidos os três segmentos que participam, em algum grau, da definição, implementação e fiscalização das políticas públicas sobre a rotulagem: os setores público, produtivo e a sociedade civil organizada, além do setor acadêmico, por sua contribuição no âmbito dos estudos científicos. Com base nas confluências e divergências, propôs-se um sistema de comunicação sobre o tema da rotulagem que melhor assegure o direito à informação e à comunicação pelo cidadão, sem desconsiderar os interesses envolvidos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa em saúde, seguindo o método Estudo de Caso. Para configuração do problema de pesquisa e análise dos dados, o principal referencial teórico utilizado foi o da produção social dos sentidos, particularmente o quadro conceitual que entende a comunicação como um mercado simbólico. Dentre os resultados, foi possível evidenciar que a prática comunicativa não consegue responder às demandas do cidadão de forma satisfatória; que os valores do mercado se sobrepõem ao direito à informação e à comunicação e que os setores buscam articulações de caráter pontual, frente a demandas de risco. Existem também conflitos intra e intersetoriais que abalam o fluxo comunicativo e a garantia desse direito ao cidadão, como falhas na aplicabilidade normativa pelo setor produtivo e forte apelo publicitário ao consumo; poucas parcerias para definir estratégias de difusão da informação; dificuldades para fiscalização da rotulagem; poucos canais capazes de aproximar os órgãos normativos das pesquisas acadêmicas. No sistema proposto, sugere-se melhor definição de competências legais entre os órgãos normativos; compromisso ético dos setores; sensibilização midiática para difusão da informação para a sociedade; intensificação da fiscalização da rotulagem; efetiva punição aos infratores e disponibilizar telefone 0800 do órgão normatizador nos rótulos. Expressivamente, nele estão concentrados e representados diferentes interesses dos diversos atores sociais envolvidos no sistema produtivo alimentício.https://157.86.10.37/index.php/visaemdebate/article/view/440Vigilância SanitáriaComunicação e SaúdeRotulagem de AlimentosDireito do Consumidor
spellingShingle Bianca Ramos Marins
Inesita Soares de Araújo
Silvana do Couto Jacob
Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadania
Vigilância Sanitária em Debate: Sociedade, Ciência & Tecnologia
Vigilância Sanitária
Comunicação e Saúde
Rotulagem de Alimentos
Direito do Consumidor
title Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadania
title_full Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadania
title_fullStr Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadania
title_full_unstemmed Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadania
title_short Vigilância Sanitária e direito à comunicação: a rotulagem de alimentos como espaço de cidadania
title_sort vigilancia sanitaria e direito a comunicacao a rotulagem de alimentos como espaco de cidadania
topic Vigilância Sanitária
Comunicação e Saúde
Rotulagem de Alimentos
Direito do Consumidor
url https://157.86.10.37/index.php/visaemdebate/article/view/440
work_keys_str_mv AT biancaramosmarins vigilanciasanitariaedireitoacomunicacaoarotulagemdealimentoscomoespacodecidadania
AT inesitasoaresdearaujo vigilanciasanitariaedireitoacomunicacaoarotulagemdealimentoscomoespacodecidadania
AT silvanadocoutojacob vigilanciasanitariaedireitoacomunicacaoarotulagemdealimentoscomoespacodecidadania