Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribus

Visa o trabalho trazer à consideração de hoje idéias e fatos selecionados no Dialogus de oratoribus, de Tácito, como auxílio ao melhor entendimento do signi?cado da maior ou menor liberdade de ser e expressar-se, consoante o sistema político e o educacional, bem como da atuação da eloqüência nessa l...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Ariovaldo A. Peterlini
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC) 2006-07-01
Series:Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos
Subjects:
Online Access:https://revista.classica.org.br/classica/article/view/106
_version_ 1811281270656729088
author Ariovaldo A. Peterlini
author_facet Ariovaldo A. Peterlini
author_sort Ariovaldo A. Peterlini
collection DOAJ
description Visa o trabalho trazer à consideração de hoje idéias e fatos selecionados no Dialogus de oratoribus, de Tácito, como auxílio ao melhor entendimento do signi?cado da maior ou menor liberdade de ser e expressar-se, consoante o sistema político e o educacional, bem como da atuação da eloqüência nessa liberdade. A oratória tida por decadente na época de Tácito, embora vista ainda como arte de proteção e salvação é raramente, quase a medo, tratada à luz da política dominante. A educação falha e a “paz” política seriam as causas dessa decadência na época imperial. Na visão romana, a liberdade propriamente dita, a absoluta libertas, depende inicialmente dos educadores. A liberdade está também condicionada ao grau de conhecimento, em cuja área a persuasão “democrática” da eloqüência pode licitamente agir, e a uma política capaz de respeitar essa liberdade. No Império, a eloqüência não se suicidaria, ousando contra o príncipe. Daí que, no dizer de Syme, a oratória que sobrevivia então era o “modelo da eloqüência forense dos acusadores, aquela eloqüência que jorrava sangue e tresandava a ganhos ilícitos”. As escolas tinham nisso parte grande, em virtude da super?cialidade da educação na época. Tendo vivido e vivendo sob a pressão dos imperadores, embora deixe entrever sua angústia, Tácito acomoda-se para sobreviver, mas descobre uma maneira de ensinar a verdade, narrando o que aconteceu no passado, porque a maior parte das pessoas aprende com o que acontece aos outros (plures aliorum euentis docentur).
first_indexed 2024-04-13T01:29:34Z
format Article
id doaj.art-298cd0401fda4423ada4ef253869cd78
institution Directory Open Access Journal
issn 0103-4316
2176-6436
language English
last_indexed 2024-04-13T01:29:34Z
publishDate 2006-07-01
publisher Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)
record_format Article
series Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos
spelling doaj.art-298cd0401fda4423ada4ef253869cd782022-12-22T03:08:32ZengSociedade Brasileira de Estudos Clássicos (SBEC)Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos0103-43162176-64362006-07-01191839896Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribusAriovaldo A. Peterlini0Universidade de São PauloVisa o trabalho trazer à consideração de hoje idéias e fatos selecionados no Dialogus de oratoribus, de Tácito, como auxílio ao melhor entendimento do signi?cado da maior ou menor liberdade de ser e expressar-se, consoante o sistema político e o educacional, bem como da atuação da eloqüência nessa liberdade. A oratória tida por decadente na época de Tácito, embora vista ainda como arte de proteção e salvação é raramente, quase a medo, tratada à luz da política dominante. A educação falha e a “paz” política seriam as causas dessa decadência na época imperial. Na visão romana, a liberdade propriamente dita, a absoluta libertas, depende inicialmente dos educadores. A liberdade está também condicionada ao grau de conhecimento, em cuja área a persuasão “democrática” da eloqüência pode licitamente agir, e a uma política capaz de respeitar essa liberdade. No Império, a eloqüência não se suicidaria, ousando contra o príncipe. Daí que, no dizer de Syme, a oratória que sobrevivia então era o “modelo da eloqüência forense dos acusadores, aquela eloqüência que jorrava sangue e tresandava a ganhos ilícitos”. As escolas tinham nisso parte grande, em virtude da super?cialidade da educação na época. Tendo vivido e vivendo sob a pressão dos imperadores, embora deixe entrever sua angústia, Tácito acomoda-se para sobreviver, mas descobre uma maneira de ensinar a verdade, narrando o que aconteceu no passado, porque a maior parte das pessoas aprende com o que acontece aos outros (plures aliorum euentis docentur).https://revista.classica.org.br/classica/article/view/106Dialogus de oratoribusTácitoretóricaeloqüêncialiberdadeeducação romanapolítica romana.
spellingShingle Ariovaldo A. Peterlini
Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribus
Classica, Revista Brasileira de Estudos Clássicos
Dialogus de oratoribus
Tácito
retórica
eloqüência
liberdade
educação romana
política romana.
title Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribus
title_full Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribus
title_fullStr Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribus
title_full_unstemmed Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribus
title_short Eloqüência, liberdade e educação no Dialogus de oratoribus
title_sort eloquencia liberdade e educacao no dialogus de oratoribus
topic Dialogus de oratoribus
Tácito
retórica
eloqüência
liberdade
educação romana
política romana.
url https://revista.classica.org.br/classica/article/view/106
work_keys_str_mv AT ariovaldoapeterlini eloquencialiberdadeeeducacaonodialogusdeoratoribus