Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia

FUNDAMENTO: Cerca de 30% dos AVE perioperatórios da cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) são decorrentes de lesões carotídeas, sem redução de risco confirmada por intervenção perioperatória. OBJETIVOS: Avaliar o impacto da doença carotídea e a intervenção perioperatória nos pacientes subm...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Maria Sol Calero Revelo, Daniel Pio de Oliveira, Flávia Bittar Britto Arantes, Camila Camarço Batista, João Italo Dias França, Silmara Cristina Friolani, Jorge Eduardo Assef, José Eduardo Martins Barbosa, Ana Claudia Petisco, Pedro Silvio Farsky
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) 2013-10-01
Series:Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2013003000003&lng=en&tlng=en
_version_ 1819051809037090816
author Maria Sol Calero Revelo
Daniel Pio de Oliveira
Flávia Bittar Britto Arantes
Camila Camarço Batista
João Italo Dias França
Silmara Cristina Friolani
Jorge Eduardo Assef
José Eduardo Martins Barbosa
Ana Claudia Petisco
Pedro Silvio Farsky
author_facet Maria Sol Calero Revelo
Daniel Pio de Oliveira
Flávia Bittar Britto Arantes
Camila Camarço Batista
João Italo Dias França
Silmara Cristina Friolani
Jorge Eduardo Assef
José Eduardo Martins Barbosa
Ana Claudia Petisco
Pedro Silvio Farsky
author_sort Maria Sol Calero Revelo
collection DOAJ
description FUNDAMENTO: Cerca de 30% dos AVE perioperatórios da cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) são decorrentes de lesões carotídeas, sem redução de risco confirmada por intervenção perioperatória. OBJETIVOS: Avaliar o impacto da doença carotídea e a intervenção perioperatória nos pacientes submetidos à CRM. MÉTODOS: Estudo retrospectivo observacional, avaliando 1.169 pacientes com idade > 65 anos submetidos à CRM entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010, acompanhados, em média, por 49 meses. Todos foram submetidos à ultrassonografia de carótidas prévia à CRM. Definiu-se doença carotídea quando lesão > 50%. O desfecho primário foi composto pela incidência de AVE, acidente isquêmico transitório (AIT) e óbito por AVE. RESULTADOS: A prevalência da doença carotídea foi de 19,9% dos pacientes. A incidência do desfecho primário entre portadores e não portadores foi de 6,5% e 3,7%, respectivamente (p = 0,0018). Nos primeiros 30 dias, ocorreram 18,2% dos eventos. Relacionaram-se a doença carotídea: disfunção renal (OR 2,03, IC95% 1,34-3,07; p < 0,01), doença arterial periférica (OR 1,80, IC95% 1,22-2,65; p < 0,01) e infarto do miocárdio prévio (OR 0,47, IC95% 0,35-0,65; p < 0,01). Quanto ao desfecho primário, foram associados AIT prévio (OR 5,66, IC95% 1,67-6,35; p < 0,01) e disfunção renal (OR 3,28, IC95% 1,67-6,45; p < 0,01). Nos pacientes com lesão > 70%, a intervenção carotídea perioperatória apresentou incidência de 17% no desfecho primário contra 4,3% na conduta conservadora (p = 0,056) sem diferença entre abordagens percutânea e cirúrgica (p = 0,516). CONCLUSÃO: A doença carotídea aumenta o risco para AVE, AIT ou morte por AVE na CRM. Entretanto, a intervenção carotídea não foi relacionada à redução do desfecho primário.
first_indexed 2024-12-21T12:09:50Z
format Article
id doaj.art-2a8cc3ec71c0419aa3ff3f2677e58dd8
institution Directory Open Access Journal
issn 1678-4170
language English
last_indexed 2024-12-21T12:09:50Z
publishDate 2013-10-01
publisher Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
record_format Article
series Arquivos Brasileiros de Cardiologia
spelling doaj.art-2a8cc3ec71c0419aa3ff3f2677e58dd82022-12-21T19:04:36ZengSociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)Arquivos Brasileiros de Cardiologia1678-41702013-10-01101429730310.5935/abc.20130183S0066-782X2013003000003Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardiaMaria Sol Calero Revelo0Daniel Pio de Oliveira1Flávia Bittar Britto Arantes2Camila Camarço Batista3João Italo Dias França4Silmara Cristina Friolani5Jorge Eduardo Assef6José Eduardo Martins Barbosa7Ana Claudia Petisco8Pedro Silvio Farsky9Instituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaInstituto Dante Pazzanese de CardiologiaFUNDAMENTO: Cerca de 30% dos AVE perioperatórios da cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) são decorrentes de lesões carotídeas, sem redução de risco confirmada por intervenção perioperatória. OBJETIVOS: Avaliar o impacto da doença carotídea e a intervenção perioperatória nos pacientes submetidos à CRM. MÉTODOS: Estudo retrospectivo observacional, avaliando 1.169 pacientes com idade > 65 anos submetidos à CRM entre janeiro de 2006 e dezembro de 2010, acompanhados, em média, por 49 meses. Todos foram submetidos à ultrassonografia de carótidas prévia à CRM. Definiu-se doença carotídea quando lesão > 50%. O desfecho primário foi composto pela incidência de AVE, acidente isquêmico transitório (AIT) e óbito por AVE. RESULTADOS: A prevalência da doença carotídea foi de 19,9% dos pacientes. A incidência do desfecho primário entre portadores e não portadores foi de 6,5% e 3,7%, respectivamente (p = 0,0018). Nos primeiros 30 dias, ocorreram 18,2% dos eventos. Relacionaram-se a doença carotídea: disfunção renal (OR 2,03, IC95% 1,34-3,07; p < 0,01), doença arterial periférica (OR 1,80, IC95% 1,22-2,65; p < 0,01) e infarto do miocárdio prévio (OR 0,47, IC95% 0,35-0,65; p < 0,01). Quanto ao desfecho primário, foram associados AIT prévio (OR 5,66, IC95% 1,67-6,35; p < 0,01) e disfunção renal (OR 3,28, IC95% 1,67-6,45; p < 0,01). Nos pacientes com lesão > 70%, a intervenção carotídea perioperatória apresentou incidência de 17% no desfecho primário contra 4,3% na conduta conservadora (p = 0,056) sem diferença entre abordagens percutânea e cirúrgica (p = 0,516). CONCLUSÃO: A doença carotídea aumenta o risco para AVE, AIT ou morte por AVE na CRM. Entretanto, a intervenção carotídea não foi relacionada à redução do desfecho primário.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2013003000003&lng=en&tlng=enEstenose das CarótidasRevascularização MiocárdicaAssistência Perioperatória
spellingShingle Maria Sol Calero Revelo
Daniel Pio de Oliveira
Flávia Bittar Britto Arantes
Camila Camarço Batista
João Italo Dias França
Silmara Cristina Friolani
Jorge Eduardo Assef
José Eduardo Martins Barbosa
Ana Claudia Petisco
Pedro Silvio Farsky
Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia
Arquivos Brasileiros de Cardiologia
Estenose das Carótidas
Revascularização Miocárdica
Assistência Perioperatória
title Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia
title_full Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia
title_fullStr Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia
title_full_unstemmed Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia
title_short Influência da lesão carotídea no pós-operatório de revascularização miocárdica e sua evolução tardia
title_sort influencia da lesao carotidea no pos operatorio de revascularizacao miocardica e sua evolucao tardia
topic Estenose das Carótidas
Revascularização Miocárdica
Assistência Perioperatória
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2013003000003&lng=en&tlng=en
work_keys_str_mv AT mariasolcalerorevelo influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT danielpiodeoliveira influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT flaviabittarbrittoarantes influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT camilacamarcobatista influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT joaoitalodiasfranca influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT silmaracristinafriolani influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT jorgeeduardoassef influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT joseeduardomartinsbarbosa influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT anaclaudiapetisco influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia
AT pedrosilviofarsky influenciadalesaocarotideanoposoperatorioderevascularizacaomiocardicaesuaevolucaotardia