Summary: | A educação, enquanto área do conhecimento ou espaço acadêmico específico, tem sua história de constituição assinalada por uma confluência de diferentes campos do saber e notadamente seu caráter multirreferencial exprime uma de suas principais marcas, a qual vem sendo reiterada em diferentes épocas e contextos acadêmicos e científicos (SILVA, 2017). Neste sentido, no último século temos assistido a uma multiplicação de subáreas, temas, objetos e de aportes epistêmicos, teóricos e metodológicos nas pesquisas educacionais. Naturalmente este cenário nos fala de uma diversidade de pesquisadores ocupados com questões bastante heterogêneas entre si, o que acaba por levantar uma interrogação: há algumas inquietações que liguem esses sujeitos? Poderíamos ensaiar algumas respostas para tal pergunta, e provavelmente nos encontraríamos ponderando sobre a importância da educação, seu papel nos âmbitos individual e social, seus sentidos para distintos grupos sociais e seus direcionamentos historicamente situados. Nessa linha, o professor Michael Whitman Apple tem se ocupado, mais detidamente desde a década de 1980 , a pensar o poder que a educação exerce na sociedade capitalista. Sua mais nova obra traduzida para o português e lançada no Brasil no final de 2017, “A educação pode mudar a sociedade?”, constitui uma importante e madura produção nesta linha de pesquisa a que Michael Apple vem se dedicando há quase meio século, a presente resenha tem, pois, o objetivo central de apresentar criticamente a supracitada obra e o impacto de tal tradução para o público brasileiro e também para outros países de língua portuguesa.
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