A origem do homem americano vista a partir da América do Sul: uma ou duas migrações?
Até meados da década de 1990, predominava na literatura especializada que o Novo Mundo teria sido colonizado por três levas distintas, todas com origem no nordeste asiático. Na segunda metade da década, dois modelos alternativos começaram a desfrutar de grande popularidade entre a comunidade acadêmi...
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| Published: |
Universidade de São Paulo (USP)
2007-06-01
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| Series: | Revista de Antropologia |
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| Online Access: | http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27256 |
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| author | Walter A. Neves Danilo V. Bernardo Maria Mercedes M. Okumura |
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| description | Até meados da década de 1990, predominava na literatura especializada que o Novo Mundo teria sido colonizado por três levas distintas, todas com origem no nordeste asiático. Na segunda metade da década, dois modelos alternativos começaram a desfrutar de grande popularidade entre a comunidade acadêmica internacional. O primeiro deles, denominado "Modelo dos Dois Componentes Biológicos Principais", baseado na variabilidade craniométrica de populações nativas americanas extintas, sugere que a América teria sido colonizada por pelo menos duas populações morfologicamente distintas vindas do nordeste asiático. O segundo, gerado por pesquisas sobre a variabilidade do DNA mitocondrial e do cromossomo Y de populações indígenas atuais, defende que o continente americano teria sido colonizado por apenas uma migração, também de origem asiática. Alguns especialistas acreditam que a compatibilização desses dois modelos é simples: as duas morfologias que se sucederam no tempo no Novo Mundo são resultado de um processo microevolutivo local, independente daquele que ocorreu, em paralelo, na Ásia. Uma outra maneira de compatibilizar os dois cenários é assumir que morfologia craniana e linhagens de DNA são entidades evolutivamente independentes, com histórias, modos, tempos e tendências próprias. Este trabalho apresenta novas evidências de que dois padrões morfológicos cranianos de fato se sucederam no Novo Mundo. Um relacionado às populações mais antigas (paleoíndias) e um relacionado a populações arcaicas e agrocerâmicas. Esses resultados são analisados à luz da discussão acima caracterizada. |
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| publisher | Universidade de São Paulo (USP) |
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| spelling | doaj.art-2c1c094cc945406dacff64afb19fb87a2022-12-22T00:26:04ZengUniversidade de São Paulo (USP)Revista de Antropologia0034-77011678-98572007-06-0150110.1590/S0034-77012007000100001A origem do homem americano vista a partir da América do Sul: uma ou duas migrações?Walter A. Neves0Danilo V. Bernardo1Maria Mercedes M. Okumura2Universidade de São Paulo; Instituto de Biociências; Departamento de Genética e Biologia Evolutiva; Laboratório de Estudos Evolutivos HumanosUniversidade de São Paulo; Instituto de Biociências; Departamento de Genética e Biologia Evolutiva; Laboratório de Estudos Evolutivos HumanosUniversity of Cambridge; Centre for Human Evolutionary StudiesAté meados da década de 1990, predominava na literatura especializada que o Novo Mundo teria sido colonizado por três levas distintas, todas com origem no nordeste asiático. Na segunda metade da década, dois modelos alternativos começaram a desfrutar de grande popularidade entre a comunidade acadêmica internacional. O primeiro deles, denominado "Modelo dos Dois Componentes Biológicos Principais", baseado na variabilidade craniométrica de populações nativas americanas extintas, sugere que a América teria sido colonizada por pelo menos duas populações morfologicamente distintas vindas do nordeste asiático. O segundo, gerado por pesquisas sobre a variabilidade do DNA mitocondrial e do cromossomo Y de populações indígenas atuais, defende que o continente americano teria sido colonizado por apenas uma migração, também de origem asiática. Alguns especialistas acreditam que a compatibilização desses dois modelos é simples: as duas morfologias que se sucederam no tempo no Novo Mundo são resultado de um processo microevolutivo local, independente daquele que ocorreu, em paralelo, na Ásia. Uma outra maneira de compatibilizar os dois cenários é assumir que morfologia craniana e linhagens de DNA são entidades evolutivamente independentes, com histórias, modos, tempos e tendências próprias. Este trabalho apresenta novas evidências de que dois padrões morfológicos cranianos de fato se sucederam no Novo Mundo. Um relacionado às populações mais antigas (paleoíndias) e um relacionado a populações arcaicas e agrocerâmicas. Esses resultados são analisados à luz da discussão acima caracterizada.http://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27256Modelo das Três MigraçõesModelo dos Dois Componentes Biológicos Principaisvariabilidade do DNAmorfologia cranianaprimeiros americanos |
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