O Líquido Retrato de Narciso: a identidade fragmentada de Dorian Gray
Publicado em 1890 por Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray surge como a obra maior do fic- cionista irlandês. Para além da reflexão em torno das relações humanas, do amor, do ódio e da manipulação, a obra de Wilde realça outros aspetos e temas que muito anteveem e pressentem a crise...
| Main Author: | |
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| Published: |
UA Editora
2021-12-01
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| Series: | Forma Breve |
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| Online Access: | https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/27202 |
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| author | José Vieira |
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Publicado em 1890 por Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray surge como a obra maior do fic- cionista irlandês. Para além da reflexão em torno das relações humanas, do amor, do ódio e da manipulação, a obra de Wilde realça outros aspetos e temas que muito anteveem e pressentem a crise do sujeito unitário que assolou as correntes literárias da passagem do século XIX para o século XX, tendo a sua manifestação máxima no Modernismo e nas Vanguardas.
A nossa comunicação tem como objetivo refletir sobre o modo como a figura e o mito de Nar- ciso são reaproveitados pelo autor até à sua reconstrução sob um modelo de visão do mundo finissecular. Partindo da imagem do duplo e do outro, em concomitância não só com a ideia da perda da unidade do sujeito preconizada por Stuart Hall, mas também com as teorias sobre o sujeito líquido defendidas por Zygmunt Bauman, daremos conta da representatividade e do alcance literários presentes no protagonista do romance.
Se, por um lado, é seguro afirmar que Dorian Gray é um eco do Narciso que se apaixona não pelo seu reflexo nas águas de um rio, mas antes pelas cores de um retrato, por outro lado não é menos verdade propor que o sujeito que jamais vê alterada a sua compleição física é espelho e reflexo de uma época que levou o eu ao seu egotismo e consequente esgotamento, como mais tarde Pessoa irá demonstrar de forma magistral.
Assim, a nossa comunicação desenvolver-se-á a partir das questões da crise da identidade através da revisitação do olhar de Narciso.
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| publishDate | 2021-12-01 |
| publisher | UA Editora |
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| spelling | doaj.art-2d0898832e85415c83f9c42fef21488b2023-11-23T05:53:35ZengUA EditoraForma Breve1645-927X2183-47092021-12-011710.34624/fb.v0i17.27202O Líquido Retrato de Narciso: a identidade fragmentada de Dorian GrayJosé Vieira0Centro de Literatura Portuguesa (UC), Instituto de Filosofia (UP) Publicado em 1890 por Oscar Wilde, O Retrato de Dorian Gray surge como a obra maior do fic- cionista irlandês. Para além da reflexão em torno das relações humanas, do amor, do ódio e da manipulação, a obra de Wilde realça outros aspetos e temas que muito anteveem e pressentem a crise do sujeito unitário que assolou as correntes literárias da passagem do século XIX para o século XX, tendo a sua manifestação máxima no Modernismo e nas Vanguardas. A nossa comunicação tem como objetivo refletir sobre o modo como a figura e o mito de Nar- ciso são reaproveitados pelo autor até à sua reconstrução sob um modelo de visão do mundo finissecular. Partindo da imagem do duplo e do outro, em concomitância não só com a ideia da perda da unidade do sujeito preconizada por Stuart Hall, mas também com as teorias sobre o sujeito líquido defendidas por Zygmunt Bauman, daremos conta da representatividade e do alcance literários presentes no protagonista do romance. Se, por um lado, é seguro afirmar que Dorian Gray é um eco do Narciso que se apaixona não pelo seu reflexo nas águas de um rio, mas antes pelas cores de um retrato, por outro lado não é menos verdade propor que o sujeito que jamais vê alterada a sua compleição física é espelho e reflexo de uma época que levou o eu ao seu egotismo e consequente esgotamento, como mais tarde Pessoa irá demonstrar de forma magistral. Assim, a nossa comunicação desenvolver-se-á a partir das questões da crise da identidade através da revisitação do olhar de Narciso. https://proa.ua.pt/index.php/formabreve/article/view/27202Dorian GrayNarcisoZygmunt BaumanCrise da IdentidadeFragmentação do SujeitoDuplo |
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