Summary: | A objetividade tem sido um elemento constante na valoração da poesia de João Cabral de Melo Neto, a despeito de a lírica ser o lugar, por excelência, da expressão subjetiva. Tendo sido tal reconhecimento poético já decantado em prosa e verso pelos seus leitores, interessaria verificar a escassa incidência do pronome pessoal do caso reto na sua produção, para que possamos dispor de um expediente linguístico concreto para apreciar a referida objetividade. Rastreando os poucos momentos em que há indicações expressivas no léxico utilizado pelo autor, a um só tempo abre-se o precedente para tecer considerações acerca de seu sujeito – que não se expressa espontaneamente – e da respectiva objetivação, que pode ser identificada quando o poeta grafa a palavra “eu”.
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