Estados alterados de consciência: a ficção fantástica de Jean Lorrain
O fantástico é uma narrativa de ficção em que ocorrem eventos inverificáveis ou irreproduzíveis na realidade referencial. No entanto, diferentemente de outros gêneros como o maravilhoso ou o feérico, estamos diante de uma história na qual esses eventos são percebidos como sobrenaturais no mesmo esp...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade Estadual de Maringá
2020-03-01
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Series: | Acta Scientiarum: Language and Culture |
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Online Access: | https://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciLangCult/article/view/49023 |
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author | Fábio Lucas Pierini |
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O fantástico é uma narrativa de ficção em que ocorrem eventos inverificáveis ou irreproduzíveis na realidade referencial. No entanto, diferentemente de outros gêneros como o maravilhoso ou o feérico, estamos diante de uma história na qual esses eventos são percebidos como sobrenaturais no mesmo espaço-tempo do texto, o que nos leva a questionar as razões pelas quais autores europeus a partir do século XIX tenham investido tanto de seu tempo e esforços em sua produção. Optamos por uma abordagem sociocognitiva segundo a qual, todo gênero narrativo, textual ou discursivo é uma resposta sociocognitiva a uma contingência sociocultural que, neste momento histórico, é o fim da sociedade baseada no tempo vertical, de mentalidade mágica, e seu conflito com aquela que surge orientada pelo tempo horizontal, de mentalidade científica. De forma geral, os autores de ficção fantástica jogam com o viés de confirmação dos leitores, apresentando-lhes situações recorrentes na normalidade cotidiana, como os estados alterados de consciência e as coincidências fortuitas, as quais são vistas como manifestações do sobrenatural na realidade referencial. Jean Lorrain (1855-1906) foi um autor francês que, em seus contos fantásticos, recorreu bastante aos estados alterados de consciência, muitas vezes desencadeados pelo consumo de substâncias alucinógenas, para apresentar a seus leitores a ideia de que em plena Belle Époque se poderiam abrir as ‘portas da percepção’ e enxergar a verdade sobrenatural sob o véu da normalidade cotidiana.
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