Análise de discurso de pais de crianças com cardiopatia congênita

Sustentados pelo preceito de que a fala é atravessada pela ideologia e pelo inconsciente que causam e precedem o sujeito e preocupados com o processo de constituição do sujeito, decidimos explorar esse campo. Objetivo: intervir nos dizeres dos pais de crianças com cardiopatia congênita, analisar seu...

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Bibliographic Details
Main Authors: Regina Maria Ayres de Camargo Freire, Marcel Amaral Marques Ferraz
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Santa Cruz do Sul 2022-01-01
Series:Signo
Online Access:https://online.unisc.br/seer/index.php/signo/article/view/17401
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Marcel Amaral Marques Ferraz
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description Sustentados pelo preceito de que a fala é atravessada pela ideologia e pelo inconsciente que causam e precedem o sujeito e preocupados com o processo de constituição do sujeito, decidimos explorar esse campo. Objetivo: intervir nos dizeres dos pais de crianças com cardiopatia congênita, analisar seus dizeres sobre sua relação com seus filhos e sua relação com a doença. Metodologia: trata-se de uma pesquisa de intervenção, desenvolvida com pais de crianças com cardiopatia congênita na cidade de São Paulo, Brasil, com o suporte do método conversacional, mecanismo psicanalítico proposta por J.-A. Miller. O pesquisador interagiu dialogicamente com os pais, gravou e transcreveu os encontros. Para a análise do material discursivo, o corpus, foi escolhido o mecanismo de leitura da Análise do Discurso de Michel Pêcheux. Resultados: os pais colocam seus filhos, no lugar de quem não pode ser autônomo, por causa da doença, tornando-lhes impossível viver nas mesmas condições que as crianças de sua idade experienciam, ainda que eles sejam liberados para as atividades pela equipe médica. Conclusão: há um excesso no relacionamento entre pais e filhos que se extravasa, promovendo a obliteração do sujeito, ou seja, mantendo essas crianças alienadas, segundo o desejo de seus pais. A impossibilidade da dissociação entre pais e filhos pode infligir perdas severas em seu processo de constituição enquanto subjetividades, dado serem tratados como se fossem crianças extremamente frágeis, o que não é o caso, impedindo-os de levar uma vida regular.
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