REFRATARIEDADE PLAQUETÁRIA: QUEM SÃO OS PACIENTES COM ANTICORPOS ANTI-PLAQUETÁRIOS E CAUSA IMUNE DE INCREMENTO NÃO SATISFATÓRIO?

Introdução: A Refratariedade Plaquetária imune (RP) é caracterizada pelo incremento não satisfatório na contagem plaquetária do paciente após 1h da transfusão em pelo menos dois episódios transfusionais consecutivos, infundindo plaquetas de coleta recente e ABO idênticas. As causas da RP podem ser s...

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Bibliographic Details
Main Authors: KNC Ziza, AMC Alves, MCAV Conrado, LT Miura, V Rocha, A Mendrone-Junior, D Langhi, J Bordin, CL Dinardo
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923015742
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description Introdução: A Refratariedade Plaquetária imune (RP) é caracterizada pelo incremento não satisfatório na contagem plaquetária do paciente após 1h da transfusão em pelo menos dois episódios transfusionais consecutivos, infundindo plaquetas de coleta recente e ABO idênticas. As causas da RP podem ser subdivididas em imunes e não-imunes. A principal causa imune é a aloimunização plaquetária por anticorpos contra Antígenos Leucocitários Humanos (HLA) de Classe I e, em menor frequência, contra Antígenos Plaquetários Humanos (HPA). Os pacientes que apresentam anticorpos antiplaquetários podem também apresentar causas clínicas não-imunes de RP associadas, fato que pode levar à não investigação da presença destes anticorpos com consequente suporte transfusional inadequado. Objetivo: 1) Descrever as características demográficas e clínicas dos pacientes com RP; 2) Determinar a quantidade de unidades de plaquetas testadas por paciente, pelo método de crossmatch plaquetário por citmometria de fluxo. Metodologia: No período de jul/2016 a jun/2023, os pacientes com RP foram investigados quanto à presença de anticorpos anti-plaquetários pelo teste PIFT (Platelet Immune Fluorescence Test). O PIFT é teste de triagem para detecção de anticorpos anti-plaquetários, sendo utilizado para compatibilização (“Crossmatch ”) entre soro paciente e plaquetas a serem transfundidas. Resultados: Foram atendidos 101 pacientes com suspeita de RP, sendo 57% mulheres e 43% homens. Deste total, 25% (n = 25) eram crianças (idade entre 9 meses a 16 anos) e 75% (n = 76) eram adultos (17 a 72 anos). No grupo infantil, 36% (n = 9) possuíam diagnóstico de doença benigna e 64% (n = 16) diagnóstico de doença oncológica. No grupo adulto, 24% (n = 18) tinham diagnóstico de doença benigna e 76% (n = 58) doença oncológica. Dentre as doenças benignas a mais frequente foi anemia aplástica (59%, n = 27) e dentre as doenças oncológicas foi a leucemia ( 57%, n = 42). Na análise total do grupo, aplasia e leucemia representaram 68% (n = 101). A contagem plaquetária basal média ao diagnóstico de RP foi de 13 mil e a mediana de 8 mil. Para atendimento destes pacientes foram testadas por PIFT 1.283 unidades de plaquetas, sendo que 43% (n = 553) apresentaram resultado positivo, 47% (n = 596) resultado negativo e 10% (n = 134) resultado inconclusivo. Foram selecionadas para o suporte transfusional desses pacientes 10% (n = 178) das unidades de plaquetas com resultado de crossmatch negativo. Conclusão: Este estudo demonstrou que a maior parte dos casos de RP imune encontram-se em pacientes com doenças hematológicas e onco-hematológicas, que estão associadas também a causas clínicas de RP. Isto torna mais complexo o diagnóstico de RP imune, visto que muitos casos são tidos como não-imunes e não avaliados por testes para detecção de anticorpos anti-plaquetários. Os resultados ressaltam a importância da investigação de anticorpo antiplaquetários em todos os pacientes que preencham critérios de suspeita para RP imune para adequado suporte transfusional.
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