Presença abençoada ou ausência sentida: a água na toponímia da Bahia

A Onomástica, ramo da Lexicologia que estuda os nomes próprios de pessoas (antropônimos) e de lugares (topônimos), representa uma fonte de estudo da língua e sua relação com o patrimônio cultural de um povo. Nessa perspectiva, considerando os topônimos como testemunhos da história da língua e buscan...

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Bibliographic Details
Main Authors: Clese Mary Prudente, Celina Márcia Abbade
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Estadual de Feira de Santana 2017-12-01
Series:A Cor das Letras
Online Access:http://periodicos.uefs.br/index.php/acordasletras/article/view/1897
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Celina Márcia Abbade
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description A Onomástica, ramo da Lexicologia que estuda os nomes próprios de pessoas (antropônimos) e de lugares (topônimos), representa uma fonte de estudo da língua e sua relação com o patrimônio cultural de um povo. Nessa perspectiva, considerando os topônimos como testemunhos da história da língua e buscando conciliar as abordagens teóricas da Etnolinguística e da Lexicologia, com foco nos estudos onomásticos, discute-se, neste artigo, a importância da água, como presença abençoada ou ausência sentida, no processo de nomeação do espaço na Bahia. Povoados, vilas, aldeias surgiram às margens de rios, lagoas e riachos e o povo aprendeu a identificar o lugar por essa presença, imprescindível à existência de vida. Analisa-se, nesse contexto, o número significativo de hidrotopônimos, uma taxe de natureza física, no corpus estudado, que envolve os 169 designativos dos municípios presentes nos volumes XX e XXI da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2 de julho de 1958.  De acordo com o sistema classificatório proposto por Dick (1990, 1992) para a realidade toponímica brasileira, as taxes de natureza física refletem a visão imediata da terra, causa nominativa principal na toponímia baiana analisada, resultado que se contrapõe ao registrado em outras regiões do Brasil, onde a supremacia da colonização portuguesa, predominantemente marcada pela fé religiosa, se sobrepõe à força da natureza no ato de nomear o lugar.
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