“O celular é o avô dos WaiWai”. Tecnologias e domesticação das redes e mídias sociais entre os WaiWai

Propomos abordar alguns aspectos das mídias e redes sociais no contexto da organização social do povo indígena WaiWai na Amazônia brasileira. O foco da descrição são os moradores da comunidade Anauá, localizada no município de São Luiz do Anauá no sul do estado de Roraima. Os WaiWai, como são chamad...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Alexandre Aniceto Souza, Carlos Machado Dias Jr.
Format: Article
Language:English
Published: Universidad Nacional de Colombia 2019-01-01
Series:Mundo Amazónico
Subjects:
Online Access:https://revistas.unal.edu.co/index.php/imanimundo/article/view/74093
Description
Summary:Propomos abordar alguns aspectos das mídias e redes sociais no contexto da organização social do povo indígena WaiWai na Amazônia brasileira. O foco da descrição são os moradores da comunidade Anauá, localizada no município de São Luiz do Anauá no sul do estado de Roraima. Os WaiWai, como são chamados hoje e assim se autodenominam, é um coletivo complexo e difuso que há cerca de 60 anos convive em grandes aglomerados, domesticando o mundo dos brancos e transformando as tradições culturais de seus antepassados pré-colombianos. Faz parte de suas vidas as tecnologias modernas do mundo ocidental, motores de popa, espingardas, automóveis, eletrodomésticos, celulares, computadores, etc. Atualmente se observa com muita frequência os WaiWai circulando pelas vilas, cidades e capitais amazônicas, portando celulares e conectados em redes sociais. Descrever algumas relações estabelecidas entre eles, a partir das transformações proporcionadas pelas mídias e redes sociais, em articulação com suas próprias formas de organização e gestão territorial, é o ponto central deste artigo. Em acordo com a maioria dos jovens abordados, o celular ocupa um lugar importante no registro de suas diferenças frente aos brancos. Como observou um deles: “o celular é o avô dos WaiWai, guarda a nossa memória e pode explicar tudo que a gente não sabe”. Ocupando três Terras Indígenas no Brasil e um Território Reservado na Guiana, conectados pelas redes sociais como o Facebook, Instagram e Yotube, os jovens passaram a circular mensagens, fotos, vídeos e articular encontros virtuais e reais.
ISSN:2145-5074
2145-5082