Summary: | A errância, o exílio e a precariedade das maneiras coletivas de viver na contemporaneidade são os elementos que a narrativa A máquina do mundo, do escritor Paulo José Miranda, encontra para tratar de temas como a violência e o autoritarismo. A atmosfera irreal e a vertigem das tramas dos jogos eletrônicos de ação presentes na obra constituem, desde o paradoxo e a paródia, um exercício tanatológico e um uso possível dos códigos das narrativas fílmicas de massa para criar uma versão cultural que disputa os significados do presente. O intenso apagamento das fronteiras do gênero que observamos no romance, da reflexão filosófica ao melodrama, do enredo detetivesco ao grotesco, coloca em suspense as normas discursivas literárias e possibilitam a apreensão desconcertante e singular das formas de destruição da vida e da memória nos tempos recentes.
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