Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentais
RESUMO Objetivo Avaliar o efeito do internato em saúde mental nas atitudes dos alunos de medicina quanto ao portador de transtorno mental (PTM). Métodos Atitudes foram avaliadas por questionário antes e depois do internato, por meio dos fatores: “aceitação social de PTM” (F1), “não acreditar em...
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
2019-10-01
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Series: | Jornal Brasileiro de Psiquiatria |
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author | Helio Gomes da Rocha Neto Rosana Denobile Serra Elina Stefanovics Robert Rosenheck Maria Tavares Cavalcanti |
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description | RESUMO Objetivo Avaliar o efeito do internato em saúde mental nas atitudes dos alunos de medicina quanto ao portador de transtorno mental (PTM). Métodos Atitudes foram avaliadas por questionário antes e depois do internato, por meio dos fatores: “aceitação social de PTM” (F1), “não acreditar em causas sobrenaturais para doença mental” (F2), “papéis sociais comuns para PTM” (F3), “acreditar em causas psicossociais para doença mental” (F4), “intimidade” (F5). Diferenças foram avaliadas por meio de testes t, fatores confundidores por ANOVA e correlações entre expectativa de melhora e fatores por Pearson. Resultados 74 de 85 alunos responderam ao questionário. Houve redução significativa em quatro fatores avaliados (F1, p < 0,001, F2, p = 0,002, F3, p = 0,04, F5, p < 0,001). Uma associação entre ter um amigo PTM e F3 foi identificada antes do curso (p = 0,04), porém não após (p = 0,13). Houve correlação positiva entre crenças de melhora e atitudes negativas com o F2 antes do curso (p = 0,01), mas não após. F5 esteve relacionado com a expectativa de melhora (p < 0,001) após o curso, indicando melhores atitudes quando melhor expectativa. Observou-se a melhora da expectativa quanto a resposta ao tratamento da esquizofrenia (p = 0,02), transtorno bipolar (p = 0,03) e transtorno de ansiedade (p = 0,03). Conclusões O internato esteve associado à redução de atitudes negativas com relação aos PTMs. O contato direto com o paciente parece ter influência direta nessa redução. Acreditamos que, mais importante do que possíveis efeitos de esclarecimento sobre causas do adoecimento, a desconstrução do mito sobre o louco violento é essencial para a melhora das atitudes. Estudos com populações de outras regiões do Brasil e voltadas para avaliação do medo de violência são necessários para a confirmação dessa hipótese e do efeito do internato sobre os alunos. |
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publisher | Universidade Federal do Rio de Janeiro |
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spelling | doaj.art-3201244276b44db2bba3eba423aa5ab22022-12-21T17:22:00ZengUniversidade Federal do Rio de JaneiroJornal Brasileiro de Psiquiatria1982-02082019-10-0168313914510.1590/0047-2085000000239Um estudo longitudinal sobre a influência do internato em saúde mental na redução de atitudes negativas de estudantes de Medicina em relação a portadores de transtornos mentaisHelio Gomes da Rocha Netohttps://orcid.org/0000-0002-7342-0634Rosana Denobile Serrahttps://orcid.org/0000-0002-1907-6043Elina Stefanovicshttps://orcid.org/0000-0003-2843-4735Robert Rosenheckhttps://orcid.org/0000-0003-4314-4592Maria Tavares Cavalcantihttps://orcid.org/0000-0003-1872-4210RESUMO Objetivo Avaliar o efeito do internato em saúde mental nas atitudes dos alunos de medicina quanto ao portador de transtorno mental (PTM). Métodos Atitudes foram avaliadas por questionário antes e depois do internato, por meio dos fatores: “aceitação social de PTM” (F1), “não acreditar em causas sobrenaturais para doença mental” (F2), “papéis sociais comuns para PTM” (F3), “acreditar em causas psicossociais para doença mental” (F4), “intimidade” (F5). Diferenças foram avaliadas por meio de testes t, fatores confundidores por ANOVA e correlações entre expectativa de melhora e fatores por Pearson. Resultados 74 de 85 alunos responderam ao questionário. Houve redução significativa em quatro fatores avaliados (F1, p < 0,001, F2, p = 0,002, F3, p = 0,04, F5, p < 0,001). Uma associação entre ter um amigo PTM e F3 foi identificada antes do curso (p = 0,04), porém não após (p = 0,13). Houve correlação positiva entre crenças de melhora e atitudes negativas com o F2 antes do curso (p = 0,01), mas não após. F5 esteve relacionado com a expectativa de melhora (p < 0,001) após o curso, indicando melhores atitudes quando melhor expectativa. Observou-se a melhora da expectativa quanto a resposta ao tratamento da esquizofrenia (p = 0,02), transtorno bipolar (p = 0,03) e transtorno de ansiedade (p = 0,03). Conclusões O internato esteve associado à redução de atitudes negativas com relação aos PTMs. O contato direto com o paciente parece ter influência direta nessa redução. Acreditamos que, mais importante do que possíveis efeitos de esclarecimento sobre causas do adoecimento, a desconstrução do mito sobre o louco violento é essencial para a melhora das atitudes. Estudos com populações de outras regiões do Brasil e voltadas para avaliação do medo de violência são necessários para a confirmação dessa hipótese e do efeito do internato sobre os alunos.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852019000300139&tlng=ptEstudantes de medicinaatitudetranstornos mentaispacientesinternato e residência |
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