Summary: | O presente artigo tem como propósito decifrar os dissolutos caminhos de Erika e a madrugada, o quarto e derradeiro conto do livro As quatro estações, de David Mourão-Ferreira. Nesta obra quaternária em que cada um dos contos sugere representar uma fase do ano, da vida e do amor, a personagem Erika incorpora o inverno, o ocaso, um ponto final a recompor-se enquanto se prepara para o começo de uma nova fase. Navegando entre a multiplicidade de leituras que as obras literárias despertam nos leitores comuns (e incomuns), este artigo ousa descortinar os murmúrios de um conto encontrado dentro das quatro paredes do quarto de Erika, alumiado pela luz da noite e a fitar a janela aberta para a cidade e para as madrugadas davidianas da feminilidade, da finitude dos amantes e do tempo que se adianta irrecorrível.
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