GÊNESE E EVOLUÇÃO DE TURFEIRAS NAS SUPERFÍCIES GEOMÓRFICAS DA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL – MG
<p>A Serra do Espinhaço Meridional – SdEM possui litologias predominantemente quartzíticas e é caracterizada por apresentar áreas dissecadas entremeadas a superfícies de aplainamento em diferentes altitudes, onde, nas depressões, ocorrem as turfeiras. Essas superfícies de aplainamentos são res...
Main Authors: | , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
União da Geomorfologia Brasileira
2017-03-01
|
Series: | Revista Brasileira de Geomorfologia |
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author | Márcio Luiz Silva Alexandre Christofaro Silva |
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description | <p>A Serra do Espinhaço Meridional – SdEM possui litologias predominantemente quartzíticas e é caracterizada por apresentar áreas dissecadas entremeadas a superfícies de aplainamento em diferentes altitudes, onde, nas depressões, ocorrem as turfeiras. Essas superfícies de aplainamentos são resultado de uma sucessão de eventos denudacionais e deposicionais que compartimentou o relevo, ao longo da evolução geodinâmica da Serra. O objetivo desse trabalho foi mapear as turfeiras da porção setentrional da serra e discutir a gênese e evolução desses pedoambientes nas superfícies geomórficas da Serra do Espinhaço Meridional. A determinação da área e mapeamento das turfeiras foi realizada por meio de trabalhos de campo, análises de imagens e de fotografias aéreas. Com o auxílio do vibro-testemunhador coletou-se testemunhos em oito turfeiras. Amostras para datações e caracterização do ciclo fotossintético da cobertura vegetal que colonizou cronologicamente as áreas foram coletadas em diferentes profundidades, para determinação dos isótopos de carbono (δ<sup>13</sup>C e <sup>14</sup>C). A porção norte da SdEM ocupa uma área de 1.180.109,00 ha, onde foram mapeados 14.287,55 ha de turfeiras, o que representa 1,2% da área total. Nas turfeiras predominam os estágios de decomposição avançado (sáprico), seguido do intermediário (hêmico). Quatro níveis de superfícies geomórficas foram identificados em toda a extensão da SdEM: Superfície I (S1), Superfície II (S2), Superfície III (S3) e Superfície IV (S4). Considerando a altimetria como principal fator, a S1 foi cronocorrelacionada com a Superfície Pós-Gondwana e a S2 cronocorrelacionou-se com a Superfície Sul-Americana. A Superfície III (S3) teve correspondência com a Superfície Sul-Americana I e a Superfície IV (S4), por sua vez, com a Superfície Sul-Americana II. A maioria das turfeiras, desenvolvidas no Quaternário, entre o Pleistoceno e Holoceno, se formaram sobre a Superfície Pós-Gondwana (S1) e na Superfície Sul-Americana (S2), em níveis altimétricos que variam entre 1.100 a 1.400 m. O predomínio de plantas com ciclos fotossintéticos CAM e C<sub>3 </sub>demonstraram a colonização da SdEM por espécies como bromélia, cactos e algumas <em>euphorbiaceae</em>, típicos de campo rupestre e por árvores e arbustos, ao longo da transição Pleistoceno-Holoceno, reflexos de mudanças ambientais locais e regionais ocorridas no Quaternário, possivelmente associadas a paleoclimas.</p> |
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publisher | União da Geomorfologia Brasileira |
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spelling | doaj.art-329f2bb0223044fa8f3b5ea4c67c83c02024-04-02T01:07:39ZengUnião da Geomorfologia BrasileiraRevista Brasileira de Geomorfologia1519-15402236-56642017-03-0118110.20502/rbg.v18i1.1058407GÊNESE E EVOLUÇÃO DE TURFEIRAS NAS SUPERFÍCIES GEOMÓRFICAS DA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL – MGMárcio Luiz Silva0Alexandre Christofaro Silva1Professor do IFSULDEMINAS, Campus Inconfidentes, Mestre em Ciência Florestal (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM) e Doutorando em Geociências (Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP).Professor Associado do Departamento de Ciência Florestal, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM.<p>A Serra do Espinhaço Meridional – SdEM possui litologias predominantemente quartzíticas e é caracterizada por apresentar áreas dissecadas entremeadas a superfícies de aplainamento em diferentes altitudes, onde, nas depressões, ocorrem as turfeiras. Essas superfícies de aplainamentos são resultado de uma sucessão de eventos denudacionais e deposicionais que compartimentou o relevo, ao longo da evolução geodinâmica da Serra. O objetivo desse trabalho foi mapear as turfeiras da porção setentrional da serra e discutir a gênese e evolução desses pedoambientes nas superfícies geomórficas da Serra do Espinhaço Meridional. A determinação da área e mapeamento das turfeiras foi realizada por meio de trabalhos de campo, análises de imagens e de fotografias aéreas. Com o auxílio do vibro-testemunhador coletou-se testemunhos em oito turfeiras. Amostras para datações e caracterização do ciclo fotossintético da cobertura vegetal que colonizou cronologicamente as áreas foram coletadas em diferentes profundidades, para determinação dos isótopos de carbono (δ<sup>13</sup>C e <sup>14</sup>C). A porção norte da SdEM ocupa uma área de 1.180.109,00 ha, onde foram mapeados 14.287,55 ha de turfeiras, o que representa 1,2% da área total. Nas turfeiras predominam os estágios de decomposição avançado (sáprico), seguido do intermediário (hêmico). Quatro níveis de superfícies geomórficas foram identificados em toda a extensão da SdEM: Superfície I (S1), Superfície II (S2), Superfície III (S3) e Superfície IV (S4). Considerando a altimetria como principal fator, a S1 foi cronocorrelacionada com a Superfície Pós-Gondwana e a S2 cronocorrelacionou-se com a Superfície Sul-Americana. A Superfície III (S3) teve correspondência com a Superfície Sul-Americana I e a Superfície IV (S4), por sua vez, com a Superfície Sul-Americana II. A maioria das turfeiras, desenvolvidas no Quaternário, entre o Pleistoceno e Holoceno, se formaram sobre a Superfície Pós-Gondwana (S1) e na Superfície Sul-Americana (S2), em níveis altimétricos que variam entre 1.100 a 1.400 m. O predomínio de plantas com ciclos fotossintéticos CAM e C<sub>3 </sub>demonstraram a colonização da SdEM por espécies como bromélia, cactos e algumas <em>euphorbiaceae</em>, típicos de campo rupestre e por árvores e arbustos, ao longo da transição Pleistoceno-Holoceno, reflexos de mudanças ambientais locais e regionais ocorridas no Quaternário, possivelmente associadas a paleoclimas.</p>http://www.lsie.unb.br/rbg/index.php/rbg/article/view/1058organossolossuperfícies de aplainamentodatações radiocarbônicasδ13cpaleoambientes |
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