A Michetagem de Rua: Um Objeto em Movimento

Aos poucos, no âmbito de antropologia brasileira, vai-se constituindo uma etnografía das “nossas margens perversas” , invenção de novos objetos. Dos tradicionais fndios, negros e camponeses, passou-se a uma diversidade prolífica de temas de pesquisa produzindo um efeito renovador, teórica e metodol...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Francisco José Alves dos Santos, Jean Robert Weissahaupt
Format: Article
Language:English
Published: Universidade de Brasília 2018-01-01
Series:Anuário Antropológico
Subjects:
Online Access:https://periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6399
Description
Summary:Aos poucos, no âmbito de antropologia brasileira, vai-se constituindo uma etnografía das “nossas margens perversas” , invenção de novos objetos. Dos tradicionais fndios, negros e camponeses, passou-se a uma diversidade prolífica de temas de pesquisa produzindo um efeito renovador, teórica e metodológicamente. Quando se pensava em rarefação antropológica, ocorria uma explosão poliforme. Em se tratando das homossexualidades, a etnografía nacional está em franco crescimento. A cada dia surgem novos estudos tematizando- a. Vale citar o livro de Trevisan (1986) compondo a história da homossexualidade masculina no Brasil, da Colônia até hoje, como também o recente trabalho de Mott (1987) tecendo uma história geral do lesbianismo brasileiro. Neste contexto, situa-se o livro de Perlongher* sobre a prostituição viril, ou seja, o negócio econômico-sexual que se estabelece entre um rapaz viril (michê) e um cliente homossexual. Esta precaução conceituai tem razão de ser: diferenciar a “michetagem” de outras formas de prostituição masculina no “continuum homossexual” que vai da “feminilidade" do travesti à “masculinidade” do michê. A abordagem empírica do objeto, em São Paulo de 1982 a 1985, viabilizou-se por meio de entrevistas itinerantes e em profundidade, da observação livre e da coleta de algumas histórias de vida.
ISSN:0102-4302
2357-738X