Potencial invasor dos peixes não nativos cultivados na região costeira do Rio Grande do Sul, Brasil

No Brasil, o cultivo de peixes de água doce é baseado em poucas espécies, a maioria, introduzida de outros paí­­ses ou continentes. Quando uma espécie é introduzida no ecossistema existe o risco de ela escapar para o ambiente natural, resultando em possí­­veis efeitos prejudiciais í­Â  biota nativa...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Débora Fernanda Avila TROCA, João Paes VIEIRA
Format: Article
Language:English
Published: Instituto de Pesca 2018-11-01
Series:Boletim do Instituto de Pesca
Subjects:
Online Access:https://institutodepesca.org/index.php/bip/article/view/949
Description
Summary:No Brasil, o cultivo de peixes de água doce é baseado em poucas espécies, a maioria, introduzida de outros paí­­ses ou continentes. Quando uma espécie é introduzida no ecossistema existe o risco de ela escapar para o ambiente natural, resultando em possí­­veis efeitos prejudiciais í­Â  biota nativa ou até mesmo ao funcionamento do ecossistema. A fim de fundamentar as decisões dos gestores públicos sobre quais espécies seriam adequadas ao uso em aquicultura na região costeira do RS, este estudo classificou o potencial invasor das espécies não nativas de peixes cultivadas na região. A lista de espécies presentes nos cultivos foi obtida por meio de pesquisa bibliográfica e consulta a órgãos de extensão agropecuária ou instituições que prestam assistência técnica ou que atuam como intermediários na aquisição de alevinos. O protocolo Fish Invasiveness Screening Kit í  FISK foi aplicado para classificar as espécies não nativas de acordo com o seu potencial invasor. Dez espécies não nativas são cultivadas na região. Ctenopharyngodon idella, Cyprinus carpio, Hypophthalmichthys molitrix, H. nobilis, Ictalurus punctatus e Oreochromis niloticus apresentaram alto potencial invasor (pontuação entre 22 e 38), enquanto Pseudoplatystoma fasciatum, P. corruscans, Piaractus mesopotamicus e Hoplias lacerdae apresentaram médio potencial invasor (pontuação entre 9 e 15). As espécies com alto potencial invasor devem compor uma lista "negra†e ter seu uso proibido. Para as espécies com médio potencial invasor devem ser aplicados estudos complementares para determinar a proibição ou não de seu uso na aquicultura da região da Lagoa dos Patos.
ISSN:1678-2305