Impactos das mudanças de cobertura vegetal nos processos de superfície na região semiárida do Brasil

A cobertura vegetal da superfície continental tem sido consideravelmente alterada pelas atividades humanas, principalmente através da conversão em grande escala da vegetação natural por áreas de cultivos e pastagens. Essas mudanças na cobertura da superfície podem alterar o clima regional e global p...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Ana Paula Martins do Amaral Cunha, Regina Célia dos Santos Alvalá, Gilvan Sampaio de Oliveira
Format: Article
Language:English
Published: Sociedade Brasileira de Meteorologia 2013-06-01
Series:Revista Brasileira de Meteorologia
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-77862013000200003&lng=en&tlng=en
Description
Summary:A cobertura vegetal da superfície continental tem sido consideravelmente alterada pelas atividades humanas, principalmente através da conversão em grande escala da vegetação natural por áreas de cultivos e pastagens. Essas mudanças na cobertura da superfície podem alterar o clima regional e global por meio de processos biofísicos e biogeoquímicos. Assim, o presente trabalho avaliou como a substituição da vegetação natural da caatinga por agropecuária, bem como a degradação da caatinga, podem causar modificações nos processos de superfície na região semiárida do Nordeste do Brasil (NEB), a qual é uma das mais vulneráveis do Brasil, do ponto de vista social, à mudança de clima. Para isto, foram realizados experimentos numéricos de conversão da cobertura da superfície utilizando-se o modelo Integrated Biosphere Simulator - IBIS. Por meio da conversão da cobertura vegetal, as características morfológicas e biofísicas da vegetação foram modificadas e por isso, causaram alterações nas componentes dos balanços de energia, de água e de carbono. O balanço de energia foi mais afetado pelo aumento do albedo decorrente da alteração da vegetação caatinga para agropecuária e para caatinga degradada. Além disso, as alterações do comprimento de rugosidade e das propriedades estomáticas da vegetação corroboraram para as alterações ocorridas nas trocas turbulentas entre a superfície e a atmosfera. Com relação às componentes do balanço de carbono, durante a estação chuvosa com a conversão da caatinga natural para agropecuária, houve um aumento da assimilação de CO2 (NEE) e com isso maior Produtividade Primária Líquida do ecossistema (NPP). O contrário ocorreu com a conversão para caatinga degradada, na qual a assimilação se manteve próxima de zero durante as horas do dia e NPP foi reduzida, o que pode ter ocorrido em função das alterações ocorridas no Índice de Área Foliar (IAF), tanto para a agropecuária, como para a caatinga degradada.
ISSN:1982-4351