RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICA

Introdução: Os linfomas de alto grau são responsáveis por cerca de 50% de todos os casos de Linfomas não Hodgkin (LNH) e englobam diversas variantes, dentre elas, o mais encontrado na população adulta é o LNH difuso de grandes células B. A associação de doenças linfoproliferativas com púrpura trombo...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: BK Losch, FK Tornquist, EW Silva, VL Bueno, AH Schuck, TS Hahn, MFL Pezzi, LV Calderan, LM Lorenzi, RD Lorandi
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923008192
_version_ 1797654959219539968
author BK Losch
FK Tornquist
EW Silva
VL Bueno
AH Schuck
TS Hahn
MFL Pezzi
LV Calderan
LM Lorenzi
RD Lorandi
author_facet BK Losch
FK Tornquist
EW Silva
VL Bueno
AH Schuck
TS Hahn
MFL Pezzi
LV Calderan
LM Lorenzi
RD Lorandi
author_sort BK Losch
collection DOAJ
description Introdução: Os linfomas de alto grau são responsáveis por cerca de 50% de todos os casos de Linfomas não Hodgkin (LNH) e englobam diversas variantes, dentre elas, o mais encontrado na população adulta é o LNH difuso de grandes células B. A associação de doenças linfoproliferativas com púrpura trombocitopênica imune (PTI) é classicamente vista em casos de leucemia linfocítica crônica. Contudo, há relatos na literatura de sua apresentação conjunta com LNH. Objetivo: Relatar o caso de púrpura trombocitopênica imune crônica precedente ao diagnóstico de linfoma difuso de grandes células B (LDGCB). Relato do caso: Paciente de 19 anos, masculino, acompanhava há 3 anos com hematologista por quadro clássico de PTI crônica, o qual costumava apresentar boa resposta à corticoterapia intermitente durante os episódios de trombocitopenia. Todavia, durante um dos ciclos de corticoterapia, iniciou com tosse persistente associada à sudorese noturna e febre. Aventou-se a hipótese de tuberculose pulmonar visto a imunossupressão, mas baciloscopias foram negativas. Dessa forma, foram realizados exames complementares que evidenciaram linfonodomegalias difusas em exames tomográficos, além de pancitopenia. Assim, optou-se por biopsiar um dos linfonodos suspeitos, o qual confirmou o diagnóstico de LNH de grandes células B. Durante a espera pelos resultados imunohistoquímicos, paciente iniciou com lesão renal aguda não oligúrica e distúrbios hidroeletrolíticos compatíveis com síndrome de lise tumoral, sendo realizado manejo consevador em regime de UTI, sem critérios para terapia dialítica. Após melhora, optou-se por instituir protocolo CHOP. Atualmente, segue terapia oncológica sem novos episódios de trombocitopenia ou complicações com necessidade de internação. Discussão: A prevalência de trombocitopenia em LNH é incerta, porém ocorre com maior frequência nos subtipos linfoplasmocítico e zona marginal. Nesses casos, a PTI costuma se apresentar durante ou após o diagnóstico. Em contrapartida, quando a trombocitopenia precede os demais achados, como ocorreu neste relato, acredita-se que seja por um linfoma ainda oculto. A fisiopatologia da PTI secundária a doenças linfoproliferativas é desconhecida, mas alguns autores atribuem sua ocorrência à produção de autoanticorpos pelo clone neoplásico ou decorrente da estimulação antigênica contínua pelo tumor. Ademais, outras citopenias autoimunes podem ocorrer, isoladas ou associadas à PTI, sendo a anemia hemolítica autoimune a mais comum. Conclusão: Em suma, as citopenias autoimunes são uma complicação possível de ocorrer nas neoplasias linfoproliferativas. Podendo, inclusive, ser a primeira manifestação da doença. Assim, pacientes com estas manifestações devem ser acompanhados, atentando ao surgimento de sintomas atípicos que possam ser indicativos de malignidades.
first_indexed 2024-03-11T17:07:08Z
format Article
id doaj.art-34d7879121254e32b2a435f9e00d6c7a
institution Directory Open Access Journal
issn 2531-1379
language English
last_indexed 2024-03-11T17:07:08Z
publishDate 2023-10-01
publisher Elsevier
record_format Article
series Hematology, Transfusion and Cell Therapy
spelling doaj.art-34d7879121254e32b2a435f9e00d6c7a2023-10-20T06:42:29ZengElsevierHematology, Transfusion and Cell Therapy2531-13792023-10-0145S330S331RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICABK Losch0FK Tornquist1EW Silva2VL Bueno3AH Schuck4TS Hahn5MFL Pezzi6LV Calderan7LM Lorenzi8RD Lorandi9Universidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilUniversidade de Caxias do Sul (UCS), Caxias do Sul, RS, BrasilHospital Geral de Caxias do Sul, Caxias do Sul, RS, BrasilIntrodução: Os linfomas de alto grau são responsáveis por cerca de 50% de todos os casos de Linfomas não Hodgkin (LNH) e englobam diversas variantes, dentre elas, o mais encontrado na população adulta é o LNH difuso de grandes células B. A associação de doenças linfoproliferativas com púrpura trombocitopênica imune (PTI) é classicamente vista em casos de leucemia linfocítica crônica. Contudo, há relatos na literatura de sua apresentação conjunta com LNH. Objetivo: Relatar o caso de púrpura trombocitopênica imune crônica precedente ao diagnóstico de linfoma difuso de grandes células B (LDGCB). Relato do caso: Paciente de 19 anos, masculino, acompanhava há 3 anos com hematologista por quadro clássico de PTI crônica, o qual costumava apresentar boa resposta à corticoterapia intermitente durante os episódios de trombocitopenia. Todavia, durante um dos ciclos de corticoterapia, iniciou com tosse persistente associada à sudorese noturna e febre. Aventou-se a hipótese de tuberculose pulmonar visto a imunossupressão, mas baciloscopias foram negativas. Dessa forma, foram realizados exames complementares que evidenciaram linfonodomegalias difusas em exames tomográficos, além de pancitopenia. Assim, optou-se por biopsiar um dos linfonodos suspeitos, o qual confirmou o diagnóstico de LNH de grandes células B. Durante a espera pelos resultados imunohistoquímicos, paciente iniciou com lesão renal aguda não oligúrica e distúrbios hidroeletrolíticos compatíveis com síndrome de lise tumoral, sendo realizado manejo consevador em regime de UTI, sem critérios para terapia dialítica. Após melhora, optou-se por instituir protocolo CHOP. Atualmente, segue terapia oncológica sem novos episódios de trombocitopenia ou complicações com necessidade de internação. Discussão: A prevalência de trombocitopenia em LNH é incerta, porém ocorre com maior frequência nos subtipos linfoplasmocítico e zona marginal. Nesses casos, a PTI costuma se apresentar durante ou após o diagnóstico. Em contrapartida, quando a trombocitopenia precede os demais achados, como ocorreu neste relato, acredita-se que seja por um linfoma ainda oculto. A fisiopatologia da PTI secundária a doenças linfoproliferativas é desconhecida, mas alguns autores atribuem sua ocorrência à produção de autoanticorpos pelo clone neoplásico ou decorrente da estimulação antigênica contínua pelo tumor. Ademais, outras citopenias autoimunes podem ocorrer, isoladas ou associadas à PTI, sendo a anemia hemolítica autoimune a mais comum. Conclusão: Em suma, as citopenias autoimunes são uma complicação possível de ocorrer nas neoplasias linfoproliferativas. Podendo, inclusive, ser a primeira manifestação da doença. Assim, pacientes com estas manifestações devem ser acompanhados, atentando ao surgimento de sintomas atípicos que possam ser indicativos de malignidades.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923008192
spellingShingle BK Losch
FK Tornquist
EW Silva
VL Bueno
AH Schuck
TS Hahn
MFL Pezzi
LV Calderan
LM Lorenzi
RD Lorandi
RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICA
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
title RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICA
title_full RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICA
title_fullStr RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICA
title_full_unstemmed RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICA
title_short RELATO DE CASO: ASSOCIAÇÃO DE LINFOMA NÃO HODGKIN E PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE CRÔNICA
title_sort relato de caso associacao de linfoma nao hodgkin e purpura trombocitopenica imune cronica
url http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923008192
work_keys_str_mv AT bklosch relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT fktornquist relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT ewsilva relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT vlbueno relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT ahschuck relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT tshahn relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT mflpezzi relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT lvcalderan relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT lmlorenzi relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica
AT rdlorandi relatodecasoassociacaodelinfomanaohodgkinepurpuratrombocitopenicaimunecronica