In(formação), interculturalidade e a Covid-19 em territórios indígenas de Mato Grosso do Sul

A inesperada situação de confinamento social com o intuito de diminuir o contágio entre a população pela COVID 19 impactou diretamente os povos tradicionais e seu Tekohá. Partindo do princípio que a saúde é um modo de ser e viver, que respeita as visões próprias dos povos indígenas em relação ao seu...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Andreia Sangalli, Neimar Machado de Sousa
Format: Article
Language:English
Published: Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação Ibict/UFRJ 2020-12-01
Series:Liinc em Revista
Subjects:
Online Access:http://revista.ibict.br/liinc/article/view/5384
Description
Summary:A inesperada situação de confinamento social com o intuito de diminuir o contágio entre a população pela COVID 19 impactou diretamente os povos tradicionais e seu Tekohá. Partindo do princípio que a saúde é um modo de ser e viver, que respeita as visões próprias dos povos indígenas em relação ao seu bem-estar, e considerando a precarização a que foram submetidos desde a chegada dos conquistadores europeus, principalmente devido às doenças  trazidas e que eram desconhecidas por estes povos, a COVID-19 adentra os territórios indígenas, tornando essencial ações educativas que contribuam para a divulgação de informações compreensíveis a respeito da doença.  Nesse contexto, foram elaboradas cartilhas de orientações em saúde que consideraram as cosmologias ameríndias representadas na região de Dourados (MS), pelos povos Guarani, Kaiowá e Terena e que rompem com a reprodução da lógica colonial de que os conhecimentos médicos europeus são superiores aos dos indígenas. A circulação do material impresso ampliou os debates entre a parentela indígena sobre os cuidados fundamentais no enfrentamento à Pandemia e passou a ser utilizado como material pedagógico de apoio aos professores e escolas indígenas locais.
ISSN:1808-3536