O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e as propostas de integração das comunidades indígenas no estado nacional

No século XIX, a construção do Estado nacional foi levada adiante pela eficácia da persuasão ou pela força da guerra. A expansão agro-pastoril, em territórios ainda não conquistados aos índios, fez parte dessa construção. Novas áreas foram ocupadas, novos territórios incorporados, e o Estado naciona...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Lúcio Tadeu Mota
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual de Maringá 2017-06-01
Series:Diálogos
Subjects:
Online Access:https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/37488
Description
Summary:No século XIX, a construção do Estado nacional foi levada adiante pela eficácia da persuasão ou pela força da guerra. A expansão agro-pastoril, em territórios ainda não conquistados aos índios, fez parte dessa construção. Novas áreas foram ocupadas, novos territórios incorporados, e o Estado nacional trabalhou no sentido de demarcar essas novas fronteiras, fazendo-se presente nesses territórios. A ocupação de territórios indígenas, a modernização e as idéias de europeização foram praticas que marcaram a sociedade nacional no século XIX. Dessa forma, as populações indígenas tornavam-se um obstáculo para a consolidação desse Estado em expansão. Muitas foram as formulações sobre como resolver a questão e várias delas foram gestadas no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e veiculadas pela Revista do IHGB, desde a sua fundação. Entendemos que muitas dessas formas de pensamento imprimiam a direção a ser seguida na elaboração das políticas indigenistas do Império e das províncias, e que a RIHGB foi um importante meio de divulgação dessas idéias por todo o Brasil. Assim, propomo-nos a verificar o rol de sugestões que os freqüentadores das reuniões do IHGB elaboraram e discutiram como sendo a solução para a “questão indígena”, nessa segunda metade do século XIX, que foram impressas nas paginas da Revista do IHGB, da sua fundação até 1889. In the nineteenth century, the national state was built both through persuasion and war. The agro-pastoral expansion into territories not yet taken from the Indians is part of this construction, when new areas and territories were occupied and incorporated into the agricultural frontier and the national state marked these new frontiers by its institutional presence. The nineteenth-century Brazilian society was marked by native people’s territory occupation by the agricultural frontier, by modernization and Europe-oriented ideas. Thus the native populations were considered an obstacle to the consolidation of the expanding state. Many of the suggestions to solve the issue were established in the Brazilian Historical and Geographical Institute and made public through its journal since its foundation. Many of these forms of thinking served as guides to stablish the policies for the native populations of the Brazilian Empire and its provinces of which the journal was an important publishing vehicle throughout Brazil. The aim of this paper is to verify the suggestions discussed in the BHGI meetings to solve the issue of the native populations and published in its journal up to 1889.
ISSN:1415-9945
2177-2940