Summary: | Resumo: O presente artigo visa explorar a maneira como as comunidades de fé e a sua ética religiosa moldam vias de incorporação migrante na sociedade de instalação. A análise se debruça sobre o caso de migrantes venezuelanos interiorizados de Roraima pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (conhecida como “mórmon”) para uma cidade média no interior do estado de São Paulo. Por meio de entrevistas semiestruturadas com os membros da Igreja e os migrantes, observação participante em cultos e etnografia em instalações da Operação Acolhida em Boa Vista, o texto apresenta a estrutura organizacional da Igreja e a sua atuação na recepção de venezuelanos na fronteira e no processo de “interiorização” para outros estados do Brasil. Ao investigar a doutrina mórmon da “autossuficiência” e o caráter precário da incorporação laboral dos recém-chegados que ela proporciona, argumenta-se que as igrejas são instituições sociais importantes, porém de alcance limitado, na incorporação inicial de migrantes.
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