MAPEAMENTO DA MICROBIOTA HOSPITALAR PARA MONITORAMENTO DOS CASOS DE INFECÇÕES ADQUIRIDAS EM PERÍODO DE INTERNAÇÃO NA SANTA CASA DE OURINHOS
Introdução: O ambiente hospitalar é caracterizado pela presença de diversos tipos de microrganismos patogênicos e oportunistas (bactérias, fungos e vírus), responsáveis por infecções nosocomiais. Em 2017, a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM) estimou aproximadamente 700 mil mortes anualmente...
Main Authors: | , , , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2023-10-01
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Series: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923016875 |
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author | MM Constantino IR Jardulli LL Gatti DG Reginato PMN Teixeira AF Vasconcelos JCI Gazola |
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description | Introdução: O ambiente hospitalar é caracterizado pela presença de diversos tipos de microrganismos patogênicos e oportunistas (bactérias, fungos e vírus), responsáveis por infecções nosocomiais. Em 2017, a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM) estimou aproximadamente 700 mil mortes anualmente em todo o mundo decorrentes de bactérias multirresistentes que não respondem a antibioticoterapia. Várias organizações nacionais e internacionais de saúde reconheceram a importância e a urgência do estudo da resistência antimicrobiana e de bactérias multirresistentes, além do desenvolvimento de programas e estratégias hospitalares de vigilância para controlar suas consequências clínicas negativas, como execução de culturas microbiológicas de vigilâncias e a triagem de microrganismos multirresistentes em pacientes de risco para colonização, principalmente no setor de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Objetivo: Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi mapear a microbiota hospitalar existente nas UTIs da Santa Casa de Ourinhos, identificando a incidência dos microrganismos isolados. Métodos: Trata-se de um estudo experimental descritivo, com abordagem quantitativa. A amostragem foi constituída de 10 diferentes pontos ambientes da UTI, semeados em Ágar McConkey, Ágar Sangue e Ágar Sabouraud. Resultados e discussão: Todas as amostras semeadas em Ágar Sangue e Ágar Sabouraud, apresentaram crescimento microbiano. Já no Ágar McConkey, quatro amostras não apresentaram crescimento microbiano, enquanto as outras seis, sim. Foi possível identificar as espécies de bactérias Citrobacter freundii, Enterobacter aerogenes, Serratia marcescens, Staphylococcus aureus, além de várias colônias de Staphylococcus coagulase negativa, leveduras e bolores. Os estafilococos, com ênfase S. aureus, estão entre os microrganismos mais importantes associados às infecções hospitalares, principalmente em UTIs. Por meio de toxinas próprias, esse patógeno ativa um mecanismo de invasão que facilita a ruptura de barreiras da epiderme. Além disso, utilizam de ferramentas biológicas para neutralizar a fagocitose e a resposta imune celular, dessa forma, obtém uma alta capacidade de colonização, o que pode representar um grave risco para pacientes que já se encontram imunodeprimidos. Os casos de infeções fúngicas em UTI, podem representar um alto risco para pacientes, sobretudo os casos de candidíase sistêmica, responsável por altos índices de óbitos em pacientes com infecções fúngicas sistêmicas. A candidíase sistêmica ocorre por consequência de um desequilíbrio do sistema imunológico do hospedeiro e pela exposição a fatores predisponentes, como uso de dispositivos médicos invasivos; uso prolongado de antibióticos de amplo espectro; tempo de permanência hospitalar e tratamentos invasivos indispensáveis ao paciente. Outras espécies de fungos também são capazes de causar múltiplos quadros clínicos em pacientes de UTI, no entanto, as espécies de Candida são responsáveis pela maioria desses casos (principalmente em pacientes imunossuprimidos). A Candida albicans é a espécie mais incidente relatada em infecções nosocomiais, porém, outras espécies do gênero Candida tiveram um aumento significativo nos últimos anos, incluindo C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei e C. glabrata. Conclusões: A maioria dos pontos de coleta, originaram crescimento microbiano. Embora hospitais e UTIs sejam reservatórios comuns de microrganismos, alguns desses patógenos podem oferecer riscos fatais para os pacientes e profissionais de saúde que ocupam esses espaços. É necessário avaliar, de forma multidisciplinar, os resultados obtidos e traçar estratégias para o combate e eliminação desses patógenos, a fim de tornar a UTI um ambiente mais seguro e estável. |
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spelling | doaj.art-3682a2a3e32642cd90ec555eab1218512023-10-20T06:46:54ZengElsevierHematology, Transfusion and Cell Therapy2531-13792023-10-0145S838S839MAPEAMENTO DA MICROBIOTA HOSPITALAR PARA MONITORAMENTO DOS CASOS DE INFECÇÕES ADQUIRIDAS EM PERÍODO DE INTERNAÇÃO NA SANTA CASA DE OURINHOSMM Constantino0IR Jardulli1LL Gatti2DG Reginato3PMN Teixeira4AF Vasconcelos5JCI Gazola6Centro Universitário, Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO), Ourinhos, SP, BrasilSanta Casa de Ourinhos (SCO), Ourinhos, SP, BrasilCentro Universitário, Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO), Ourinhos, SP, BrasilSanta Casa de Ourinhos (SCO), Ourinhos, SP, BrasilSanta Casa de Ourinhos (SCO), Ourinhos, SP, BrasilSanta Casa de Ourinhos (SCO), Ourinhos, SP, BrasilCentro Universitário, Faculdades Integradas de Ourinhos (UNIFIO), Ourinhos, SP, Brasil; Santa Casa de Ourinhos (SCO), Ourinhos, SP, BrasilIntrodução: O ambiente hospitalar é caracterizado pela presença de diversos tipos de microrganismos patogênicos e oportunistas (bactérias, fungos e vírus), responsáveis por infecções nosocomiais. Em 2017, a Sociedade Brasileira de Microbiologia (SBM) estimou aproximadamente 700 mil mortes anualmente em todo o mundo decorrentes de bactérias multirresistentes que não respondem a antibioticoterapia. Várias organizações nacionais e internacionais de saúde reconheceram a importância e a urgência do estudo da resistência antimicrobiana e de bactérias multirresistentes, além do desenvolvimento de programas e estratégias hospitalares de vigilância para controlar suas consequências clínicas negativas, como execução de culturas microbiológicas de vigilâncias e a triagem de microrganismos multirresistentes em pacientes de risco para colonização, principalmente no setor de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Objetivo: Nesse sentido, o objetivo da pesquisa foi mapear a microbiota hospitalar existente nas UTIs da Santa Casa de Ourinhos, identificando a incidência dos microrganismos isolados. Métodos: Trata-se de um estudo experimental descritivo, com abordagem quantitativa. A amostragem foi constituída de 10 diferentes pontos ambientes da UTI, semeados em Ágar McConkey, Ágar Sangue e Ágar Sabouraud. Resultados e discussão: Todas as amostras semeadas em Ágar Sangue e Ágar Sabouraud, apresentaram crescimento microbiano. Já no Ágar McConkey, quatro amostras não apresentaram crescimento microbiano, enquanto as outras seis, sim. Foi possível identificar as espécies de bactérias Citrobacter freundii, Enterobacter aerogenes, Serratia marcescens, Staphylococcus aureus, além de várias colônias de Staphylococcus coagulase negativa, leveduras e bolores. Os estafilococos, com ênfase S. aureus, estão entre os microrganismos mais importantes associados às infecções hospitalares, principalmente em UTIs. Por meio de toxinas próprias, esse patógeno ativa um mecanismo de invasão que facilita a ruptura de barreiras da epiderme. Além disso, utilizam de ferramentas biológicas para neutralizar a fagocitose e a resposta imune celular, dessa forma, obtém uma alta capacidade de colonização, o que pode representar um grave risco para pacientes que já se encontram imunodeprimidos. Os casos de infeções fúngicas em UTI, podem representar um alto risco para pacientes, sobretudo os casos de candidíase sistêmica, responsável por altos índices de óbitos em pacientes com infecções fúngicas sistêmicas. A candidíase sistêmica ocorre por consequência de um desequilíbrio do sistema imunológico do hospedeiro e pela exposição a fatores predisponentes, como uso de dispositivos médicos invasivos; uso prolongado de antibióticos de amplo espectro; tempo de permanência hospitalar e tratamentos invasivos indispensáveis ao paciente. Outras espécies de fungos também são capazes de causar múltiplos quadros clínicos em pacientes de UTI, no entanto, as espécies de Candida são responsáveis pela maioria desses casos (principalmente em pacientes imunossuprimidos). A Candida albicans é a espécie mais incidente relatada em infecções nosocomiais, porém, outras espécies do gênero Candida tiveram um aumento significativo nos últimos anos, incluindo C. tropicalis, C. parapsilosis, C. krusei e C. glabrata. Conclusões: A maioria dos pontos de coleta, originaram crescimento microbiano. Embora hospitais e UTIs sejam reservatórios comuns de microrganismos, alguns desses patógenos podem oferecer riscos fatais para os pacientes e profissionais de saúde que ocupam esses espaços. É necessário avaliar, de forma multidisciplinar, os resultados obtidos e traçar estratégias para o combate e eliminação desses patógenos, a fim de tornar a UTI um ambiente mais seguro e estável.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923016875 |
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