Memórias do salazarismo em o "Vale da Paixão", de Lídia Jorge
Este artigo apresenta uma leitura do romance O Vale da Paixão, de Lídia Jorge, a partir da perspectiva das memórias pós-ditadura. Por este viés, examina-se a relação entre a família que protagoniza a trama, os Dias, e o salazarismo, regime de exceção vivido em Portugal. Para tanto, são destacados el...
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Format: | Article |
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Published: |
Universidade Federal de Santa Catarina
2014-06-01
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author | Mariana Jantsch Souza Alfeu Sparemberger |
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description | Este artigo apresenta uma leitura do romance O Vale da Paixão, de Lídia Jorge, a partir da perspectiva das memórias pós-ditadura. Por este viés, examina-se a relação entre a família que protagoniza a trama, os Dias, e o salazarismo, regime de exceção vivido em Portugal. Para tanto, são destacados elementos que traem as simetrias entre os sistemas analisados (familiar e estatal-ditatorial) e mostram como o salazarismo é constituinte da narrativa. Assim, verifica-se em que medida a família portuguesa retratada no romance serve como meio simbólico de representação da situação social de Portugal durante a ditadura, vez que no grupo familiar podem ser percebidos todos os aspectos do regime, tal como: a obediência das massas, a subversão das minorias, a dominação, a restrição das liberdades fundamentais. As memórias da ditadura são reveladas como elemento integrante das memórias da família: há duas memórias mobilizadas de forma intrincada e rememoradas indistintamente. Pretende-se demonstrar, com isso, que a família Dias obedece a uma estrutura específica e tradicional que apresenta íntima relação com estrutura política do Estado português no período em que se passa a diegese. A análise exposta encontra aporte teórico em obras de Tzetan Todorov, de Beatriz Sarlo e de Michel Pollak. |
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spelling | doaj.art-3744e479f90243a6b8cbcbef3e413a942022-12-21T23:31:49ZporUniversidade Federal de Santa CatarinaAnuário de Literatura1414-52352175-79172014-06-0119210.5007/2175-7917.2014v19n2p7722125Memórias do salazarismo em o "Vale da Paixão", de Lídia JorgeMariana Jantsch Souza0Alfeu Sparemberger1Universidade Católica de Pelotas - UCPelUniversidade Federal de Pelotas - UFPelEste artigo apresenta uma leitura do romance O Vale da Paixão, de Lídia Jorge, a partir da perspectiva das memórias pós-ditadura. Por este viés, examina-se a relação entre a família que protagoniza a trama, os Dias, e o salazarismo, regime de exceção vivido em Portugal. Para tanto, são destacados elementos que traem as simetrias entre os sistemas analisados (familiar e estatal-ditatorial) e mostram como o salazarismo é constituinte da narrativa. Assim, verifica-se em que medida a família portuguesa retratada no romance serve como meio simbólico de representação da situação social de Portugal durante a ditadura, vez que no grupo familiar podem ser percebidos todos os aspectos do regime, tal como: a obediência das massas, a subversão das minorias, a dominação, a restrição das liberdades fundamentais. As memórias da ditadura são reveladas como elemento integrante das memórias da família: há duas memórias mobilizadas de forma intrincada e rememoradas indistintamente. Pretende-se demonstrar, com isso, que a família Dias obedece a uma estrutura específica e tradicional que apresenta íntima relação com estrutura política do Estado português no período em que se passa a diegese. A análise exposta encontra aporte teórico em obras de Tzetan Todorov, de Beatriz Sarlo e de Michel Pollak.https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/32362MemóriaSalazarismoO Vale da Paixão |
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