Summary: | O percurso teórico realizado abordará de forma breve a trajetória social da loucura no Brasil, principalmente no que se refere aos serviços substitutivos, a partir de 1989, buscando contemplar na discussão as nuances dos lugares sociais que o louco perpassou e o lugar que esse se encontra atualmente, desde os manicômios até os atuais serviços substitutivos, a partir do embasamento da teoria psicanalítica lacaniana. O trabalho considera a possibilidade de laço social, uma vez que, o discurso é sem dúvida o engendrar de toda a trama social em que o louco se encontra e é chamado a participar depois do advento da reforma psiquiátrica. Busca-se ainda investigar a possibilidade de laço social na psicose, sua viabilidade e dificuldade e, assim, conjecturar sobre o novo lugar social do louco e a inserção social do mesmo. Para realização do trabalho foi realizada uma revisão bibliográfica concernente à psicose, à reforma psiquiátrica e ao laço social no âmbito da psicanálise lacaniana. Pela discussão observa-se a importância da noção de sujeito na elaboração do diagnóstico diferenciado e a direção do tratamento, que difere da abordagem fornecida pela psiquiatria contemporânea, empirista e universalizante, baseada no discurso do mestre e do capitalista. Neste sentido a clínica psicanalítica se apresenta como possibilidade a inserção do louco, uma vez que leva em consideração a singularidade de cada sujeito, de cada caso. Assim, oferece ao psicótico a possibilidade de estar e pertencer ao mundo, construindo saídas possíveis, lhe possibilitando existir fora da norma fálica, para além do discurso atualmente imperante, discurso do mestre e do capitalista.
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