A Neve das PalAVRAS

Este artigo quer ler a vida de Paul Pessakh Antschel – nome verdadeiro de Celan.  Paul Antschel muda o seu nome de Antschel para o anagrama Celan, que viria a conservar ao longo de toda a sua vida. As leituras de Marx e Nietszche, a par da poesia alemã, sobretudo Hölderlin e Rilke, mas também Goethe...

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Bibliographic Details
Main Author: Maria João Cantinho
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul 2020-01-01
Series:Albuquerque
Subjects:
Online Access:https://periodicos.ufms.br/index.php/AlbRHis/article/view/9432
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description Este artigo quer ler a vida de Paul Pessakh Antschel – nome verdadeiro de Celan.  Paul Antschel muda o seu nome de Antschel para o anagrama Celan, que viria a conservar ao longo de toda a sua vida. As leituras de Marx e Nietszche, a par da poesia alemã, sobretudo Hölderlin e Rilke, mas também Goethe e Schiller, Heine, Trakl, Kafka, Hofmannsthal, entre outros, desenvolveram no poeta um gosto pela política e simultaneamente pela literatura. Música e morte entretecem-se, na poesia de Celan, evocando a atmosfera lírica de Schubert – A Morte e a Donzela - ou de Mahler, de Brahms e do Requiem Alemão, numa tentativa de harmonizar a mais dolorosa e insustentável vivência. Celebração, não da morte, mas daqueles que pereceram nos campos de morte, sob as condições mais desumanas que é possível imaginar-se e a dilaceração surge, de forma sublime, no poema “Fuga da Morte”. No poema “A morte é uma flor”, Celan alegoriza a morte através da imagem de uma flor, uma flor que “só abre uma vez”. Trata-se de um mundo de uma beleza terrível, onde os mortos “brotam e florescem”. Morrem para a vida, florescendo para a linguagem poética, a única capaz de resgatar a experiência do horror, pela via da rememoração. Rememorar a experiência vivida deve ser entendido como o gesto que simultaneamente leva a cabo a destruição dos elos orgânicos e, contrariamente, encerra em si uma pretensão redentora, essa a verdadeira finalidade da poesia de Celan.
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