Summary: | Em junho de 1834, chegava ao Museu Portuense uma das mais controversas incorporações na Fazenda
Nacional, de entre as que os decretos liberais determinaram. Provenientes do Mosteiro de Santa Cruz de
Coimbra, recolhiam ao Museu uma escrivaninha italiana, uma série de placas de esmalte pintado e a célebre
espada de D. Afonso Henriques. Em parte devido à aura mítica desta última, ao longo dos cem anos seguintes,
nestas três peças parecem ter confluído todos os argumentos da polémica integração dos bens das ordens
religiosas e do pensamento e acção dos liberalistas sobre o Património. Este estudo propõe-se seguir mais de
perto os destinos dessas três peças e compreender em que medida esses destinos extravasam ou configuram um
paradigma dos de tantas outras, como elas, chegadas aos museus no “torvelinho das violentas paixões” da época.
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