POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ASSOCIADA AO MATERIAL PARTICULADO NO ESTADO DE SÃO PAULO: ANÁLISE BASEADA EM DADOS DE SATÉLITE
A poluição atmosférica gerada pelas atividades antrópicas afeta tanto o equilíbrio climático quanto a qualidade do ar. O Material Particulado (MP) é reconhecidamente o poluente atmosférico com maior impacto na saúde humana. No estado de São Paulo, as principais fontes de MP são as emissões veiculare...
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Published: |
Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
2020-05-01
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author | Julia Manfredini de Araujo Nilton Manuel Évora do Rosário |
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description | A poluição atmosférica gerada pelas atividades antrópicas afeta tanto o equilíbrio climático quanto a qualidade do ar. O Material Particulado (MP) é reconhecidamente o poluente atmosférico com maior impacto na saúde humana. No estado de São Paulo, as principais fontes de MP são as emissões veiculares, nas áreas urbanas, e a queima de biomassa, nas áreas rurais. Com o objetivo de mitigar a poluição nas áreas rurais, em 2007 foi assinado o protocolo agroambiental entre o estado de São Paulo e o setor sucroalcooleiro, o qual
trata da redução e da eliminação gradual do uso da queima como prática de colheita de cana até 2017. A análise da tendência nos níveis dos poluentes atmosféricos no estado é fundamental para a avaliação dos resultados do protocolo. Entretanto, apesar de apresentar a maior rede de monitoramento
de qualidade do ar no Brasil, São Paulo não tem monitoramento da poluição atmosférica na maioria dos seus municípios. Nesse contexto, visando avaliar o impacto do protocolo agroambiental, o presente estudo analisou a distribuição espacial e temporal da profundidade óptica do aerossol (AOD) no estado entre
os anos de 2007 (quando o protocolo foi assinado) e 2017. AOD é um indicador óptico da abundância do MP na atmosfera, derivado das medidas de radiância espectral do sensor MODIS a bordo do satélite Terra. Os resultados revelaram que, quando a influência do transporte de fumaça das regiões Norte e Centro-
Oeste do Brasil é removida, os dados de satélite identificam adequadamente as regiões mais poluídas no estado: as áreas metropolitanas de São Paulo, de Campinas e da Baixada Santista e as porções central e norte, que são dominadas pelas plantações de cana-de-açúcar. Em relação à tendência de
poluição, nas áreas a oeste e noroeste do estado, onde ocorreu expansão do cultivo de cana nos últimos anos, apesar das limitações impostas para queima pelo protocolo agroambiental, observou-se tendência significativa de aumento da poluição. Já nas áreas de tradicional cultivo de cana, nas porções
centro e norte do estado, embora se tenha percebido tendência de redução da poluição associada ao MP, ela não foi significativa. |
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spelling | doaj.art-3a17032a2139406dbb990550153be6f42022-12-21T22:06:55ZengAssociação Brasileira de Engenharia Sanitária e AmbientalRevista Brasileira de Ciências Ambientais1808-45242176-94782020-05-01551324710.5327/Z2176-947820200552552POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ASSOCIADA AO MATERIAL PARTICULADO NO ESTADO DE SÃO PAULO: ANÁLISE BASEADA EM DADOS DE SATÉLITEJulia Manfredini de Araujo0Nilton Manuel Évora do Rosário1Universidade Federal de São PauloUniversidade Federal de São PauloA poluição atmosférica gerada pelas atividades antrópicas afeta tanto o equilíbrio climático quanto a qualidade do ar. O Material Particulado (MP) é reconhecidamente o poluente atmosférico com maior impacto na saúde humana. No estado de São Paulo, as principais fontes de MP são as emissões veiculares, nas áreas urbanas, e a queima de biomassa, nas áreas rurais. Com o objetivo de mitigar a poluição nas áreas rurais, em 2007 foi assinado o protocolo agroambiental entre o estado de São Paulo e o setor sucroalcooleiro, o qual trata da redução e da eliminação gradual do uso da queima como prática de colheita de cana até 2017. A análise da tendência nos níveis dos poluentes atmosféricos no estado é fundamental para a avaliação dos resultados do protocolo. Entretanto, apesar de apresentar a maior rede de monitoramento de qualidade do ar no Brasil, São Paulo não tem monitoramento da poluição atmosférica na maioria dos seus municípios. Nesse contexto, visando avaliar o impacto do protocolo agroambiental, o presente estudo analisou a distribuição espacial e temporal da profundidade óptica do aerossol (AOD) no estado entre os anos de 2007 (quando o protocolo foi assinado) e 2017. AOD é um indicador óptico da abundância do MP na atmosfera, derivado das medidas de radiância espectral do sensor MODIS a bordo do satélite Terra. Os resultados revelaram que, quando a influência do transporte de fumaça das regiões Norte e Centro- Oeste do Brasil é removida, os dados de satélite identificam adequadamente as regiões mais poluídas no estado: as áreas metropolitanas de São Paulo, de Campinas e da Baixada Santista e as porções central e norte, que são dominadas pelas plantações de cana-de-açúcar. Em relação à tendência de poluição, nas áreas a oeste e noroeste do estado, onde ocorreu expansão do cultivo de cana nos últimos anos, apesar das limitações impostas para queima pelo protocolo agroambiental, observou-se tendência significativa de aumento da poluição. Já nas áreas de tradicional cultivo de cana, nas porções centro e norte do estado, embora se tenha percebido tendência de redução da poluição associada ao MP, ela não foi significativa.http://rbciamb.com.br/index.php/Publicacoes_RBCIAMB/article/view/552air quality; biomass burning; sugarcane industry; agro-environmental protocol; hydrographic basin. |
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