COVID-19 NAS REDES SOCIAIS: DISSENSOS ENTRE POPULAÇÃO, GOVERNOS E FAKE NEWS

Introdução: A pandemia de Covid-19 tornou-se central nas comunicações nas redes sociais virtuais onde diversos posicionamentos e concepções se entrelaçam e se opõem por vezes formando boatos e fake news. Ainda que as fake news tenham ganhado forte repercussão nos últimos anos e seu advento encontre-...

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Main Authors: Julia Ott Dutra, Ana Clara Lopes Reis, Heloisa Maria Silva E Silva Pinto, álvaro Rafael Santana Peixoto, Flaviane Costa Oliveira, Thiago Rafael Santin
Format: Article
Language:English
Published: TUBITAK 2022-10-01
Series:Sağlık Akademisi Kastamonu
Subjects:
Online Access:https://dergipark.org.tr/tr/download/article-file/2506594
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description Introdução: A pandemia de Covid-19 tornou-se central nas comunicações nas redes sociais virtuais onde diversos posicionamentos e concepções se entrelaçam e se opõem por vezes formando boatos e fake news. Ainda que as fake news tenham ganhado forte repercussão nos últimos anos e seu advento encontre-se atrelado à popularização e intensificação do uso de redes sociais virtuais, algumas de suas características foram amplamente investigadas ao longo do século XX no âmbito da Psicologia Social da comunicação. Boatos e representações sociais se relacionam e retroalimentam podendo ser estudados em conjunto no âmbito da psicologia social da comunicação (ou no estudo do pensamento social). Objetivo: analisar o conteúdo de diferentes tipos de comunicação no ambiente online, para conseguir identificar e comparar como são veiculadas informações sobre a Covid-19 nas redes sociais e, assim, contribuir para maior compreensão do fenômeno das fake news na pandemia. Método: trata-se de pesquisa documental de caráter qualitativo acerca de aspectos da comunicação no ambiente online em torno da pandemia de Covid-19. Foram coletadas 300 mensagens sobre Covid-19: 100 de perfis individuais, 100 oriundas do governo e 100 fake news (postagens e notícias verificadas como falsas por agências de checagem de fatos). Uma análise de conteúdo temática foi realizada nos três corpora. Resultados: Das quinze categorias temáticas, seis sinalizam críticas ou defesas de personagens da esfera pública (mídia, políticos e indivíduos) ou de medidas referentes ao isolamento social – ora tomado como necessário e urgente para mitigar a disseminação do vírus, ora encarado como exagerado ou ineficaz. Além disso, a gravidade da pandemia é questionada em algumas publicações, fato que se associa com mensagens críticas ao isolamento social. As demais categorias buscam comunicar elementos relacionados ao vírus, sua origem, dinâmicas de circulação, sintomas, número de casos, formas de combate e cuidado, seja a partir de conhecimentos do universo científico ou de receitas ou explicações populares. É possível observar nos resultados que as fake news, contrariamente às outras formas de comunicação, tratam de uma origem chinesa do vírus, dão conselhos caseiros para prevenção e cura do vírus e tendem a ser contrárias ao isolamento social. As mensagens de perfis individuais e governamentais, por sua vez, majoritariamente não tratam da origem do vírus, aconselham práticas de higiene, descarte do lixo, atividades físicas e atendimento psicológico e defendem o isolamento social. Conclusões: As redes sociais exercem papel importante na disseminação de informações e práticas acerca da prevenção do contágio de covid-19 no Brasil. Muitas das postagens, no entanto, não são verificadas e veiculam informações falsas acerca da doença e dos métodos de prevenção, configurando-se como fake news. Compreender como essas informações falsas são criadas, qual é o seu formato e como são compartilhadas é fundamental para conseguir compreender este fenômeno e embasar ações que visem mitigar os seus efeitos negativos.
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