ANEMIA FERROPRIVA EM INDÍGENAS: DESVELANDO ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS NA REGIÃO NORTE DO BRASIL

Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de indígenas internados por anemia ferropriva na região Norte do Brasil, no período de 2013 a 2022. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, realizado a partir de dados disponibilizados pelo Sistema de I...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: SVS Peixoto, VKG Lima, EP Silva, LFS Azevedo, KOR Borges
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923003036
Description
Summary:Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de indígenas internados por anemia ferropriva na região Norte do Brasil, no período de 2013 a 2022. Material e métodos: Trata-se de um estudo descritivo, transversal, de abordagem quantitativa, realizado a partir de dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Foram incluídas internações por diagnóstico de Anemia Ferropriva (CID 10 - D50) em indígenas na região Norte do Brasil no período de 2013 a 2022. Os dados foram tabulados e analisados no software Microsoft Excel 2016 considerando as variáveis sexo, faixa etária e óbitos. Resultados: No decorrer de 10 anos, foram notificadas 152 internações por anemia ferropriva na região norte do Brasil entre a população indígena, compondo 2% do total de internações causadas por anemia por deficiência de ferro. No período analisado, a mortalidade foi de 2,7% (n = 4). Foi constatada tendência maior de casos em relação ao sexo masculino 55% (n = 83), enquanto a população feminina correspondeu a 45% (n = 69). Quanto à idade, verificou-se maior incidência entre crianças de 05 a 09 anos com 13% (n = 20), de 01 a 04 anos correspondendo a 12,5% (n = 19), menor que 1 ano com 8,5% (n = 13). Entre os adultos, os mais acometidos foram indivíduos de faixa etária igual ou superior a 70 anos com 12,5% (n = 19), seguidos por 50 e 59 anos com 9% (n = 14). Discussão: A taxa de mortalidade associada à anemia ferropriva, pode parecer baixa, mas ainda assim é uma preocupação considerando que é uma condição tratável e a mortalidade poderia ser evitada com uma detecção e tratamento adequados. Diante as internações registradas, nota-se a prevalência de meninos, de idade pré-escolar e escolar. Esse perfil de acometimento é significativamente preocupante considerando os impactos à medida que pode afetar o crescimento, o comportamento, a concentração, o desenvolvimento da linguagem e causar fadiga, reduzindo a prática de atividade física. Por outro lado, os resultados também destacam que os adultos mais afetados são os idosos. Esses dados sugerem que a anemia ferropriva continua a ser um problema de saúde ao longo da vida, afetando tanto as crianças quanto os idosos. Com isso, a anemia ferropriva acarreta várias consequências, não somente para o indivíduo afetado, pois é privado desfrutar do direito básico de saúde garantido pela constituição brasileira, mas também para a aldeia em que convive, haja vista que não poderá contribuir para a organização laboral e cultural cultivada pela comunidade indígena na qual está inserido. Conclusão: Com base nos dados apresentados, podemos concluir que a anemia ferropriva é um problema de saúde relevante na região norte do Brasil, especialmente entre a população indígena. Ações voltadas para educação em saúde, melhoria do acesso a alimentos ricos em ferro, suplementação nutricional e acompanhamento multidisciplinar regular podem contribuir significativamente para reduzir a incidência e o impacto dessa doença na região, melhorando a qualidade de vida e o bem-estar dessa população.
ISSN:2531-1379