Preposições de ALVO no português brasileiro: uma comparação entre ‘para’ e ‘até’

Neste trabalho, investigamos, no quadro da Nanossintaxe (STARKE, 2009; PANTCHEVA, 2011), as preposições que expressam ALVO no português brasileiro (PB), com foco nas distinções entre ‘para’ e ‘até’. Argumentaremos que embora essas preposições quando combinadas a um evento de movimento indiquem o pon...

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Bibliographic Details
Main Authors: Thayse Letícia Ferreira, Renato Miguel Basso
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2019-12-01
Series:Revista Linguística
Subjects:
Online Access:https://revistas.ufrj.br/index.php/rl/article/view/27505
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Renato Miguel Basso
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description Neste trabalho, investigamos, no quadro da Nanossintaxe (STARKE, 2009; PANTCHEVA, 2011), as preposições que expressam ALVO no português brasileiro (PB), com foco nas distinções entre ‘para’ e ‘até’. Argumentaremos que embora essas preposições quando combinadas a um evento de movimento indiquem o ponto final de uma trajetória (p(1)), há diferenças semânticas sutis em seus usos que apontam para a lexicalização de estruturas sintáticas distintas. Nesse sentido, ‘para’ e ‘até’ não competem para o spell-out de um mesmo segmento da hierarquia funcional espacial. Tal fato justifica o comportamento dessas preposições frente a alguns testes, como o acarretamento do alcance do alvo, a possibilidade de combinação com sintagmas de medida temporais, o efeito de imperfectividade e a ambiguidade com o advérbio ‘quase’. Com a análise, demonstraremos que ‘para’ é uma preposição aproximativa, que lexicaliza os núcleos [scale, goal], ao passo que ‘até’ é uma preposição terminativa, lexicalizando [bound, goal]. Por fim, discutimos, também, uma estrutura especial em que a preposição ‘em’ parece veicular o ALVO de um movimento, argumentando contra a ambiguidade entre uma leitura locativa e outra de trajetória para essa preposição. Seguindo Gehrke (2008), sugerimos que ‘em’ lexicaliza apenas o núcleo de lugar, sendo a interpretação de ALVO um caso de falso sincretismo no PB.
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issn 1808-835X
2238-975X
language Portuguese
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publishDate 2019-12-01
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spelling doaj.art-3abed1cb41734875ab8d3bafb3512fb42022-12-21T19:19:01ZporUniversidade Federal do Rio de JaneiroRevista Linguística1808-835X2238-975X2019-12-01153436810.31513/linguistica.2019.v15n3a2750514389Preposições de ALVO no português brasileiro: uma comparação entre ‘para’ e ‘até’Thayse Letícia Ferreira0Renato Miguel Basso1Universidade Federal de São CArlos (UFSCar)Universidade Federal de São CArlos (UFSCar)Neste trabalho, investigamos, no quadro da Nanossintaxe (STARKE, 2009; PANTCHEVA, 2011), as preposições que expressam ALVO no português brasileiro (PB), com foco nas distinções entre ‘para’ e ‘até’. Argumentaremos que embora essas preposições quando combinadas a um evento de movimento indiquem o ponto final de uma trajetória (p(1)), há diferenças semânticas sutis em seus usos que apontam para a lexicalização de estruturas sintáticas distintas. Nesse sentido, ‘para’ e ‘até’ não competem para o spell-out de um mesmo segmento da hierarquia funcional espacial. Tal fato justifica o comportamento dessas preposições frente a alguns testes, como o acarretamento do alcance do alvo, a possibilidade de combinação com sintagmas de medida temporais, o efeito de imperfectividade e a ambiguidade com o advérbio ‘quase’. Com a análise, demonstraremos que ‘para’ é uma preposição aproximativa, que lexicaliza os núcleos [scale, goal], ao passo que ‘até’ é uma preposição terminativa, lexicalizando [bound, goal]. Por fim, discutimos, também, uma estrutura especial em que a preposição ‘em’ parece veicular o ALVO de um movimento, argumentando contra a ambiguidade entre uma leitura locativa e outra de trajetória para essa preposição. Seguindo Gehrke (2008), sugerimos que ‘em’ lexicaliza apenas o núcleo de lugar, sendo a interpretação de ALVO um caso de falso sincretismo no PB.https://revistas.ufrj.br/index.php/rl/article/view/27505preposições espaciais. estrutura de trajetória. nanossintaxe.
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