Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado
Este artigo se dispõe a refletir sobre as práticas e as percepções de mulheres urbanas de camadas médias de diferentes países que buscaram um parto domiciliar, mas viveram o seu avesso: uma cesárea indesejada. Nesse universo, a ideia de dor e de sofrimento (DAS, 2008; FASSIN, 2013; LE BRETON, 2003)...
Main Author: | |
---|---|
Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
2019-08-01
|
Series: | Interseções |
Subjects: |
_version_ | 1818608484808130560 |
---|---|
author | Rosamaria Carneiro |
author_facet | Rosamaria Carneiro |
author_sort | Rosamaria Carneiro |
collection | DOAJ |
description | Este artigo se dispõe a refletir sobre as práticas e as percepções de mulheres urbanas de camadas médias de diferentes países que buscaram um parto domiciliar, mas viveram o seu avesso: uma cesárea indesejada. Nesse universo, a ideia de dor e de sofrimento (DAS, 2008; FASSIN, 2013; LE BRETON, 2003) parecem dar contornos às suas narrativas e as mobilizam a compor e participar de grupos como o homebirth cesarean mamas, nos Estados Unidos, e em talleres vivenciales para mujeres con cesárea do Aflora Mujer, no Chile, numa espécie de itinerário terapêutico para o que chamam de suas feridas físicas e emocionais. No Brasil, relatos semelhantes já circulam nas redes sociais e em grupos presenciais que envolvem o parto e o nascimento, ainda de que maneira mais tímida e pouco organizada. Dado esse cenário, a ideia é refletir sobre os significados de corpo, controle/descontrole, pertencimento grupal, prática profissional e, por fim, sofrimento social e narrativas femininas, partindo desse universo, perguntando pela experiência que “não deu certo”, a partir de “uma lógica reversa” (WAGNER, 2010). Consideram-se, para tanto, notícias, notas e posts coletados em grupos de redes sociais e blogs dedicados ao tema do parto natural no mundo virtual, bem como registros empíricos de uma etnografia sobre experiências de parto empreendidas em São Paulo durante os anos de 2007-2011 (CARNEIRO, 2015). |
first_indexed | 2024-12-16T14:43:23Z |
format | Article |
id | doaj.art-3c2654d31aea40a9bad0cf3dcbdc0f86 |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 2317-1456 |
language | Portuguese |
last_indexed | 2024-12-16T14:43:23Z |
publishDate | 2019-08-01 |
publisher | Universidade do Estado do Rio de Janeiro |
record_format | Article |
series | Interseções |
spelling | doaj.art-3c2654d31aea40a9bad0cf3dcbdc0f862022-12-21T22:27:51ZporUniversidade do Estado do Rio de JaneiroInterseções2317-14562019-08-0121210.12957/irei.2019.44220Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperadoRosamaria Carneiro0https://orcid.org/0000-0002-1271-7645Universidade de Brasília (UnB)Este artigo se dispõe a refletir sobre as práticas e as percepções de mulheres urbanas de camadas médias de diferentes países que buscaram um parto domiciliar, mas viveram o seu avesso: uma cesárea indesejada. Nesse universo, a ideia de dor e de sofrimento (DAS, 2008; FASSIN, 2013; LE BRETON, 2003) parecem dar contornos às suas narrativas e as mobilizam a compor e participar de grupos como o homebirth cesarean mamas, nos Estados Unidos, e em talleres vivenciales para mujeres con cesárea do Aflora Mujer, no Chile, numa espécie de itinerário terapêutico para o que chamam de suas feridas físicas e emocionais. No Brasil, relatos semelhantes já circulam nas redes sociais e em grupos presenciais que envolvem o parto e o nascimento, ainda de que maneira mais tímida e pouco organizada. Dado esse cenário, a ideia é refletir sobre os significados de corpo, controle/descontrole, pertencimento grupal, prática profissional e, por fim, sofrimento social e narrativas femininas, partindo desse universo, perguntando pela experiência que “não deu certo”, a partir de “uma lógica reversa” (WAGNER, 2010). Consideram-se, para tanto, notícias, notas e posts coletados em grupos de redes sociais e blogs dedicados ao tema do parto natural no mundo virtual, bem como registros empíricos de uma etnografia sobre experiências de parto empreendidas em São Paulo durante os anos de 2007-2011 (CARNEIRO, 2015).cesáriasdorsofrimentoitinerários terapêuticos |
spellingShingle | Rosamaria Carneiro Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado Interseções cesárias dor sofrimento itinerários terapêuticos |
title | Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado |
title_full | Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado |
title_fullStr | Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado |
title_full_unstemmed | Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado |
title_short | Homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres: as mulheres querem falar de dor, de si e do inesperado |
title_sort | homebirth cesarean e a fissura de um grupo de mulheres as mulheres querem falar de dor de si e do inesperado |
topic | cesárias dor sofrimento itinerários terapêuticos |
work_keys_str_mv | AT rosamariacarneiro homebirthcesareaneafissuradeumgrupodemulheresasmulheresqueremfalardedordesiedoinesperado |