ESPOROTRICOSE NO LÓBULO DA ORELHA CAUSADA PELA COLOCAÇÃO DE BRINCO
A esporotricose é uma micose subaguda ou crônica causada, na maioria das vezes, pela inoculação traumática do fungo dimórfico Sporothrix schenckii. É uma das micoses subcutâneas mais comuns na América Latina, com distribuição mundial. A doença atingiu recentemente proporções epidêmicas em algumas re...
Main Authors: | , , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2023-10-01
|
Series: | Brazilian Journal of Infectious Diseases |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867023005445 |
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author | Talita Alves Bacelar Cersosimo Paulo Roberto Fontes Athanazio Sérgio Arruda Evelyn Jesus Zacarias Claudilson José de Carvalho Bastos |
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description | A esporotricose é uma micose subaguda ou crônica causada, na maioria das vezes, pela inoculação traumática do fungo dimórfico Sporothrix schenckii. É uma das micoses subcutâneas mais comuns na América Latina, com distribuição mundial. A doença atingiu recentemente proporções epidêmicas em algumas regiões do Brasil, como no Rio de Janeiro, onde o número de casos de transmissão zoonótica por gatos infectados aumentou significativamente. A forma tradicional de transmissão, porém, é a inoculação traumática do fungo na pele, por contato com solo, plantas ou substratos orgânicos contaminados. A apresentação mais comum é a cutânea e a doença tem sido classificada em três formas clínicas diferentes: cutânea, linfangítica e disseminada. Descrevemos um caso de esporotricose em um local único (o pavilhão auricular) com um modo de transmissão incomum. A demora no diagnóstico e tratamento resultou em maior morbidade, cicatrização inestética e perda do lóbulo da orelha. O relato consiste em um paciente de 22 anos, de Salvador, Bahia, com lesão cutânea ulcerada em lóbulo da orelha direita com duração aproximada de 2 meses, evoluindo com sinais inflamatórios locais e linfadenopatia cervical ipsilateral. Ela foi atendida por um dermatologista e antibióticos foram prescritos por 10 dias, sem melhora. Ao retornar ao dermatologista, foi encaminhada para avaliação por infectologista. Posteriormente, a paciente relatou a presença de um gato doente com esporotricose em sua residência, porém sem relato de mordida, arranhadura ou lambida no local da lesão. Ela se refere ao uso de brinco, sendo a composição uma semijoia. Na análise histopatológica da biopsia da lesão observou-se granulomas com neutrófilos células dendríticas ao centro, na coloração hematoxilina-eosina. Já na coloração de ácido periódico-schiff constatou-se a presença de Sporotrix, também observada na microscopia eletrônica. Também foi realizada cultivo de fungos na biopsia, comprovando a infecção. Após o tratamento com terbinafina a paciente foi curada da infecção e apresentou cicatrização inestética do lóbulo da orelha. |
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