A tarefa da experiência antepredicativa na constituição do sentido do objeto: um estudo da Vª investigação lógica husserliana

O objetivo deste artigo é analisar como se constitui o sentido do objeto a partir da experiência antepredicativa da consciência como expresso na Vª Investigação Lógica (1901) de Husserl. Compreendemos a experiência antepredicativa como a base de sustentação dos atos intencionais da consciência, send...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Felipe Bragagnolo
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia 2018-06-01
Series:Griot: Revista de Filosofia
Subjects:
Online Access:https://www3.ufrb.edu.br/seer/index.php/griot/article/view/802
Description
Summary:O objetivo deste artigo é analisar como se constitui o sentido do objeto a partir da experiência antepredicativa da consciência como expresso na Vª Investigação Lógica (1901) de Husserl. Compreendemos a experiência antepredicativa como a base de sustentação dos atos intencionais da consciência, sendo esta experiência da ordem do que é vivido e não do que é objetivado. A experiência antepredicativa está fundada nos dados sensuais da consciência (hylé), isto é, das sínteses que ocorrem sem qualquer atividade explícita de objetivação (i.e., de maneira não-intencional). Para atingir este objetivo, dividimos este trabalho em duas etapas: § 1 Conteúdo enquanto Matéria das Sensações e § 2 Conteúdo enquanto Matéria dos Atos Intencionais. Assim, é possível uma arguição sobre o papel fundamental do conteúdo, enquanto matéria do ato intencional, ser uma vivência constituinte da consciência. E isso faz-nos acreditar que todo conhecimento, na fenomenologia husserliana, começaria a partir da experiência antepredicativa. Tal crença está fundamentada na retomada husserliana da concepção kantiana de que todo o conhecimento começaria com a experiência, mas não resultaria só dela. Os dados hiléticos surgiriam como o substrato da experiência do vivido (Erlebniss), fazendo parte constituinte da trama do ato intencional. Consideramos, então, ser possível demostrar que a fenomenologia husserliana não abandona os dados sensíveis, mas lhe reserva um espaço de fundamental importância quando trata das bases que constituem o sentido do objeto.
ISSN:2178-1036