Programa de Pós-Graduação em Geologia - 2004 - Teses Defendidas - Doutorado - Instituto de Geociências - UFRJ

125Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004Programa de Pós-Graduação em Geologia Teses Defendidas - Doutorado Autor: Helder Manuel da Costa Santos Orientadoras: Helena Polivanov e Josilda Rodrigues da Silva de Moura Título: Caracterização física, química, mineralógica e geotéc...

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Bibliographic Details
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio de Janeiro 2004-01-01
Series:Anuário do Instituto de Geociências
Subjects:
Online Access:http://www.anuario.igeo.ufrj.br/anuario_2004/anuario_2004_geologia_doutorado.pdf
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Summary:125Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004Programa de Pós-Graduação em Geologia Teses Defendidas - Doutorado Autor: Helder Manuel da Costa Santos Orientadoras: Helena Polivanov e Josilda Rodrigues da Silva de Moura Título: Caracterização física, química, mineralógica e geotécnicados gleissolos das baixadas de Santa Cruz, Guaratiba eJacarepaguá do município do Rio de Janeiro. No de páginas: 241 Resumo: Este trabalho trata do estudo dos gleissolos das baixadas de San-ta Cruz, Guaratiba e Jacarepaguá do Município do Rio de Janeiro. Osgleissolos ocorrem extensamente nestas baixadas, principalmente, nasbaixadas de Santa Cruz e Guaratiba e se caracterizam por apresenta-rem, em seus perfis, camadas de argilas moles. A sistematização doestudo foi realizada nos solos das unidades gleissolo húmico (GHa),gleissolo pouco húmico (GPa), gleissolo húmico salino tiomórfico (GHT)e gleissolo salino indiscriminado (GIS) sendo os dois primeiros não sali-nos e os dois últimos salinos. Para a caracterização destes solos reali-zaram-se análises físicas, químicas, mineralógicas, ensaios de palheta ede adensamento e também estudos geofísicos. Os resultadosmostram que os solos gleissolos são predominantemente argilosos, deconsistência mole a muito mole, compressíveis, de baixa resistência,agressivos por corrosão às estruturas metálicas e de concreto e acaulinita aparece como o argilomineral predominante. Os solos das uni-dades salinas GHT e GIS apresentaram as piores condições naturais egeotécnicas para a implantação de obras de engenharia. Comparaçõescom os dados de solos argilosos de baixadas litorâneas brasileiras e dealguns países mostram que os solos quaternários, em geral, guardamsemelhanças em termos de propriedades geotécnicas devido à histó-ria geológica comum. 126Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004Autor: Klaus Cozzolino Orientador: Jadir da Conceição da Silva Título: Estudo dos efeitos transientes de temperatura e invasãoem perfis de poços No de páginas: 144 Resumo: Neste trabalho são quantificados os efeitos transientes da tem-peratura e da invasão, causados pelo gradiente radial de temperatura(GRT) e/ou pelo gradiente radial de pressão (GRP) entre poço e for-mação. Estes efeitos são usados na avaliação das alterações provocadasnos perfis de indução eletromagnética das sondas 2C40, 6FF40, ILM eILD, bem como nos perfis de eletrorresistividade das sondas NormalCurta, LL7, LLS e LLD. Alguns modelos bidimensionais de camadasplano-paralelas, com simetria axial, são adotados nas simulações nu-méricas da condução do calor, do fluxo bifásico de fluidos (imiscíveis eincompressíveis) e na obtenção dos perfis de indução eeletrorresistividade. Os fenômenos transientes são simulados com atécnica mista dos métodos de elementos finitos (MEF) e diferençasfinitas (MDF), aplicados respectivamente, nas coordenadas espaciais(r, z) e temporal (t), das equações diferenciais parciais. A equação deArchie é usada para transformar a saturação em água de formação(nos arenitos) em resistividade. O efeito da temperatura é incluído atra-vés da equação de Arps, que altera os valores de resistividades da águada formação, da lama, do filtrado e dos folhelhos. As distribuições es-paço-temporais de resistividades resultantes são usadas para gerar osperfis sintéticos via MEF, em diferentes tempos do intervalo compreen-dido entre 0h e 48h. O presente estudo mostra, além da eficácia dastécnicas numéricas na simulação de fenômenos transientes, que tanto atemperatura quanto a invasão são responsáveis por consideráveis alte-rações nas resistividades aparentes registradas pelas sondas deperfilagem. Estes efeitos transientes podem ser responsáveis por equí-vocos na interpretação de perfis, mas também podem auxiliar na aqui-sição de parâmetros associados aos fenômenos dinâmicos do sistema. 127Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004Autor: Rubem Porto Júnior Orientador: Joel Gomes Valença Título: Petrogênese das rochas do maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro - RJ No de páginas: 231 Resumo: O Maciço da Pedra Branca (MPB) tem toda sua área ("150km2)nos limites da Cidade do Rio de Janeiro. É formado por um conjunto derochas gnáissicas e graníticas de composições, idades e estilos estrutu-rais distintos, geradas e/ou retrabalhadas durante a Orogênese Brasiliana(Neoproterozóico-Cambriano/Ordoviciano). Geotectonicamente estáinserido no Terreno Oriental do segmento central da Faixa Ribeira,correspondendo à parte do Complexo Costeiro. Trabalhos de campo,em variadas escalas, análise petrográfica, análise litogeoquímica eisotópica, além de modelagem petrogenética, permitiram que fosse tra-çado o contexto em que sua evolução petrotectônica ocorreu. As ro-chas do MPB podem ser descritas da seguinte forma: a) conjunto degnaisses metassedimentares que representam a existência pretérita deuma bacia de margem passiva de idade não estabelecida; b) ortognaissescalcialcalinos, de composição diorítica a granodiorítica, característicaspré-colisionais, idades de até 792 Ma (U/Pb em zircão) e (eND)792 de4,0, que correspondem ao estabelecimento de um arco de ilhas oceâni-co, aqui denominado de Arco Guanabara; c) ortognaisses calcialcalinos,de composição granodiorítica a granítica, características sin-colisionais,idades de até 578 Ma (U/Pb em zircão) e (eND)578 -4,2, quecorrespondem a um magmatismo relacionado à colisão do ArcoGuanabara com um terreno, arco (Arco Magmático Rio Negro?) oubacia a oeste-noroeste; d) rochas magmáticas básicas a intermediárias(gabros, dioritos, tonalitos e granodioritos), de idades absolutas desco-nhecidas; e) granitos (sensu stricto) pós-colisionais, calcialcalinos,posicionados sob a forma de diques e soleiras, cujos resultados U-PBem zircão forneceram idades de 520 e 480 Ma. Quatro fases geométri-cas de deformação foram identificadas, correspondendo a dois eventosdeformacionais. O evento mais antigo tem caráter dúctil e foi respon-sável pela geração das principais estruturas regionais, como a foliaçãoprincipal e lineações. O evento deformacional mais jovem tem caráter 128Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004dúctil-rúptil e foi responsável pela geração de zonas de cisalhamentoNE-SW que serviram de conduto à ascensão de magmas graníticospós-colisionais. Duas etapas de metamorfismo foram reconhecidas. Oevento metamórfico principal (M1) evoluiu sob condições da fáciesanfibolito superior, com migmatização e anatexia associadas. M1 é re-lacionado ao evento de deformação principal e à etapa sin-colisional daOrogênese Brasiliana. O segundo evento metamórfico (M2) teve cará-ter retrógrado sobre as paragêneses de M1 e foi sincrônica ao eventodeformacional tardio. Modelamento petrogenético, baseado em equa-ções matemáticas, estabeleceu que o principal mecanismo gerador dosmagmas envolvidos na evolução petrotectônica destas rochas foi fusãoparcial em volumes variados e a partir de fontes também variadas.Processos relacionados à mistura de fontes devem ser pertinentes àgeração dos magmas relativos ao magmatismo básico-intermediário.Cristalização fracionada atende à formação de uma das faciologiasdeterminadas para o granito pós-colisional Pedra Branca. Autora: Aldirene da Costa Franco-Rosas Orientador: Ismar de Souza Carvalho Título: Metodologias para identificação taxonômica com base naestrutura dentária, microestrutura do esmalte e microanálisesquímicas de dentes de Theropoda, Sauropodomorpha eCrocodylomorpha No de páginas: 182 Resumo: O estudo de dentes isolados de Theropoda tem se intensificadonos últimos 20 anos devido à abundância e a boa preservação desteselementos dentários. Entretanto existe alguma divergência entre os pes-quisadores quanto a viabilidade e a confiabilidade das metodologiasdesenvolvidas para a identificação taxonômica deste material. Os den-tes isolados de Sauropodomorpha ainda não foram estudados sistema-ticamente com a finalidade de se viabilizar ou não alguma inferênciataxonômica. Dentes zifodontes isolados de CrocodylomorphaSebecosuchia e Notosuchia têm com freqüência gerado confusõesquanto a identificação correta e distinção com os dentes de Theropoda. 129Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004Neste estudo, três metodologias abordando a estrutura dentária,a microestrutura do esmalte e microanálises químicas foram emprega-das e discutidas para o estudo de dentes isolados, visando a diferencia-ção taxonômica. No total foram processados segundo as três perspec-tivas metodológicas 19 dentes de Theropoda, 9 dentes deSauropodomorpha, 5 dentes de Crocodylomorpha e 7 fragmentos dedentes de Sauropodomorpha e Theropoda, provenientes de rochas doCretáceo brasileiro e argentino. As análises morfológicas emorfométricas da estrutura dentária dos dentes isolados de Theropodapermitem apenas inferências taxonômicas e não identificações segu-ras, uma vez que os critérios utilizados apresentam grande interferên-cia do processo de fossilização. A estrutura dentária de dentes isoladosde Sauropodomorpha não permite inferências taxonômicas conformeos parâmetros adotados neste trabalho. Os dentes destes dinossaurosnão possuem distinção morfológica singular que possibilite a caracteri-zação de grupos taxonômicos. Os dentes de Crocodylomorpha zifodontes,quando não associados ao crânio, são facilmente identificados erronea-mente como pertencentes a dinossauros Theropoda, se analisados ape-nas com base na estrutura dentária. Os estudos da microestrutura doesmalte revelaram diferenças morfológicas no esmalte de Theropoda,Sauropodomorpha e Crocodylomorpha. O esmalte dos Theropoda apre-senta estruturas colunares bem definidas perpendiculares à junçãodentina-esmalte que formam rosetas. Nos dentes de Sauropodomorphapodem ser sugeridos cristais paralelos, mas não estruturas colunaresdefinidas. As amostras de esmalte destes dentes não permitiram me-lhor refinamento das imagens quanto às estruturas cristalinas. Emcrocodilomorfos o esmalte apresenta uma delimitação característica decristais paralelos bem marcada. As microanálises de raios-x não possi-bilitaram diferenciar quimicamente terópodes e saurópodes, mas defi-niram uma assinatura química para cada localidade de coleta de dentesdentro das unidades geológicas estudadas. O estudo da estruturamorfológica e morfométrica de dentes isolados de dinossauros Theropodae Sauropodomorpha, segundo a metodologia aplicada nesta tese, nãopermite identificações taxonômicas seguras. A distinção entre dentesde Theropoda, Sauropodomorpha e Crocodylomorpha zifodontes podeser sugerida através de estudos da microanálise do esmalte, entretantoa metodologia merece maior desenvolvimento e aprimoramento con-forme exista uma maior disponibilidade de material para a realizaçãodos cortes histológicos no esmalte. 130Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004Autora: Elizabete Pedrão Ferreira Orientadores: João Graciano Mendonça Filho e Marília da Silva Pares Regali Título: Palinoestratigrafia e caracterização de paleoambientes daseção paleocênica-eocênica da bacia de Sergipe No de páginas: 253 Resumo: O intervalo Paleoceno-Eoceno, objeto de intensa investigaçãomultidiciplinar ao longo dos últimos 20 anos, particularmente em regiõesde latitudes médias e altas, foi palco de grandes mudançaspaleoclimáticas e paleoceanográficas. Para o estudo dos eventos quecaracterizam essas mudanças em uma bacia atlântica (latitude baixa),selecionou-se a seção de idade paleocênica-eocênica da FormaçãoCalumbi, da sub-bacia de Sergipe. Esta é composta predominantemen-te por siliciclásticos e calcários subordinados, com até 1000 m de es-pessura. O estudo palinológico realizado na seção do Paleoceno-Eocenomostrou um conteúdo rico em palinomorfos, diversificado e em bomestado de preservação, cuja distribuição estratigráfica permitiu propordois arcabouços bioestratigráficos: um com base em esporomorfos eoutro fundamentado em dinoflagelados. No primeiro, foram definidas aSuperzona Proxapertites operculatus (Paleoceno-Eoceno inferior), comas zonas Echitricolpites communis (Paleoceno) e Proxapertites cursus(Eoceno inferior), e a Superzona Cicatricosisporites dorogensis(Eoceno médio-Oligoceno), com a zona Aquilapollenites sp. (Eocenomédio). O arcabouço com base em dinoflagelados compreende as zo-nas Cerodinium diebelli e Apectodinium hyperacanthum (Paleoceno),Muratodinium fimbriatum (Eoceno inferior), Adnatosphaeridiummultispinosum e Diphyes colligerum (ambas as zonas do Eoceno mé-dio) e Cordosphaeridium inodes (Eoceno superior). Os dinocistos per-tencentes à subfamília Wetzelielloideae, restritos ao Paleogeno e desuma importância na bioestratigrafia internacional, são pouco repre-sentativos na subbacia. Foram identificados os gêneros Apectodinium,Wilsonidium, Charsledowniae, Rhombodinium? e Wetzeliella. Den-tre eles, destaca-se o gênero Apectodinium, por sua abundância, boapreservação e com amplitude estratigráfica abrangendo o Paleocenosuperior e a porção basal do Eoceno inferior. Foram reconhecidas as 131Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004espécies A. homomorphum, A. summissum, A. hyperacanthum, A.augustum, A. paniculatum, A. quinquelatum, A. parvum e A.cornifruticosum. Os dados palinológicos integrados com as informa-ções bioestratigráficas fornecidas pelos nanofósseis calcários,foraminíferos planctônicos e perfis elétricos possibilitaram oposicionamento cronoestratigráfico dos depósitos, o reconhecimento dehiatos bioestratigráficos e a correlação com os arcabouços internacio-nais. Na análise quantitativa dos palinomorfos, os marinhos predomina-ram sobre os continentais. A razão entre estas duas categorias mostrouum raseamento em direção ao topo da seção estudada. Esse resultadofoi corroborado pelos estudos de foraminíferos bentônicos, que indica-ram ambiente batial superior/nerítico externo para o Paleoceno-Eocenoinferior, e, nerítico médio a interno para o intervalo Eoceno médio-supe-rior. A razão entre os palinomorfos continentais e os marinhos, a diver-sidade dos grupos (esporos, grãos de pólen, algas clorófitas,dinoflagelados, palinoforaminíferos e algas prasinófitas), e a presençade palinomorfos retrabalhados serviram para identificar fasestransgressivas-regressivas. Essas informações, associadas aos hiatosbioestratigráficos, auxiliaram na caracterização de duas seqüênciasdeposicionais de segunda ordem: Seqüência do Paleoceno-Eoceno in-ferior, com característica trangressiva, e Seqüência do Eoceno médio-superior, com característica regressiva, sendo que cada uma pode sersubdividida em sete seqüências de ordem maior. A sucessão dos even-tos estratigráficos registrados no intervalo do Paleoceno superior, nasub-bacia de Sergipe, possibilitou a caracterização de um evento termalde caráter global, denominado de Evento Máximo Termal do Paleoceno-Eoceno (Paleocene-Eocene Thermal Maximum). Tais eventos com-preendem, em ordem ascendente: acme de Glaphyrocysta, alta con-centração de palinomorfos continentais e de fungos, extinção de umgrupo de foraminíferos bentônicos (sobreviventes do Cretáceo), ano-malia positiva de δ13C, anomalia negativa de δ18O, acme deApectodinium (dominado pela espécie A. homomorphum) e abundân-cia de Spiniferites. Outros eventos termais foram evidenciados pelacurva isotópica. No intervalo do Eoceno inferior houve um aumentonegativo dos valores de δ18O, sugerindo uma fase de aquecimento, sendoregistrada abundância do gênero Homotryblium. Esse evento podecorresponder ao Evento Máximo Termal do Eoceno inferior (InicialEocene Thermal Maximum), onde o gênero Apectodinium domina 132Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004nas associações de latitudes médias e altas. A curva de δO mos-tra uma variação progressiva positiva dos valores no intervalo doEoceno médio-superior, indicando uma tendência de resfriamento.Entretanto, observa-se um queda abrupta dos valores no Eocenomédio, evidenciando um aquecimento. Esta anomalia podecorresponder ao Evento Ótimo Climático do Mesoeoceno (middleEocene climatic optimum), ocorrido em torno de 41,5 M.a. Da mes-ma forma, outra anomalia positiva foi registrada no Eoceno superi-or, que pode estar relacionada ao evento de Aquecimento termal dofinal do Eoceno (Late Eocene warming), ocorrido aproximadamen-te em 36 M.a. Nos dois intervalos com indícios de aumento termalnegativo foram registrados representantes dos gêneros:Glaphyrocysta , Areoligera, Cordosphaeridium, Spiniferites,Lingulodinium, Homotryblium e Selenopemphix, sendo os trêsprimeiros representantes de massas d'água quente. No intervalo daZona Adnatosphaeridium multispinosum, do Eoceno médio, foiregistrada alta freqüência de algas prasinofíceas, representadas porTasmanites, e entre os dinoflagelados são significativosEnneadocysta e Thalassiphora. A abundância de Tasmanites éprecedida por uma abundância de palinomorfos continentais e su-cedido por um aumento da freqüência de dinoflagelados(Homotryblium). Este dado foi interpretado como um eventopaleoceanográfico (provavelmente disponibilidade de nutrientes).18 Autora: Angélica Freitas Cherman Orientador: Joel Gomes Valença Título: Geologia, petrologia e geocronologia de ortognaissespaleoproterozóicos da borda meridional do cráton do sãofrancisco, na região entre Itumirim e Nazareno, Minas Gerais No de páginas: 259 Resumo: Na região entre as cidades de Itumirim e Nazareno (sul do Esta-do de Minas Gerais), corpos de metagranitóides (ortognaisses) félsicos,paleoproterozóicos, variavelmente foliados e intrusivos em rochasvulcano-sedimentares metamorfoseadas do Greenstone Belt Barbacena 133Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004(supostamente, de idade neoarqueana), foram estudados,detalhadamente. Os estudos consistiram de trabalhos detalhados decampo e da investigação petrológica, geocronológica (Pb/Pb por eva-poração de zircão) e isotópica (Nd e Sr). No presente trabalho, sugere-se a separação desses ortognaisses, que variam composicionalmentede sienograníticos/monzograníticos a granodioríticos/tonalíticos, em doisgrupos distintos referidos aqui, como Ortognaisses Velhos e OrtognaissesNovos. Tal proposta se fundamenta, principalmente, no fato de que afoliação/bandamento existente nos Ortognaisses Velhos (Sn-1) acha-se dobrada e cortada por uma geração mais nova de ortognaisses, osOrtognaisses Novos, e nos diferentes e respectivos intervalos de ida-des mínimas Pb/Pb (por evaporação de zircão) de seus protólitos quesão: 2.255 a 2.177 Ma e 2.116 a 2.100 Ma. Em conjunto, essesortognaisses são, principalmente, peraluminosos, de composiçõesgraníticas, com valores de sílica (SiO2) altos a moderados (76,17 a 62,95%) e padrões de distribuição de Terras Raras, normalizados para condrito,moderados a fortemente fracionados. Não obstante, os OrtognaissesVelhos são, predominantemente, de composições granodioríticas/tonalíticas com concentrações médias de K2O, padrões de distribuiçãode Terras Raras com fracas anomalias negativas de európio; valoresde åNDT variando de - 0,15 e -8,10 e de TDM entre 2.49 a 3.03 Ga.; eexibem assinaturas geoquímicas de ambiência tectônica característicasde granitóides précolisionais. Ao passo que os Ortognaisses Novos são,na maioria, sienograníticos a monzograníticos com teores médios a al-tos de K2O; possuem padrões de distribuição de Terras Raras exibindomoderadas a fortes anomalias negativas de európio; valores de åNDTvariando de -1,73 a -6,90 e de TDM entre 2.44 e 2.87 Ga.; e,geoquimicamente, se adequam mais a granitóides sin-a tarde-colisionais.Os dados de campo, petrográficos e geoquímicos de rocha total suge-rem que em certos setores da área global investigada, a grande diversi-dade dos protólitos dos litótipos desses últimos ortognaisses, encontra-da, provavelmente representa uma suíte cálcio-alcalina cujos membrosmuito ricos em SiO2 evoluíram a partir de um mesmo magma pai porcristalização fracionada, assistida com maior ou menor intensidade porprocessos de assimilação crustal. Por fim, nessa área do Cráton do SãoFrancisco, a petrogênese e o posicionamento dos corpos de ortognaissesestudados e de vários outros de rochas similares, bem como de corposespacialmente associados, metagabróicos, metadioríticos, 134Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004metaquartzodioríticos (idades mínimas Pb/Pb, entre 2.224 - 2.222 Ma e2.131 Ma), são aqui interpretados como parte integrante da históriaevolucionária paleoproterozóica, ainda pouco entendida, do que Teixeirae Figueiredo (1991), denominaram de Faixa Orogênica Mineira (Minei-ro Belt). À luz da evidência geológica, aqui reunida, e disponível naliteratura corrente, o desenvolvimento dessa faixa é discutido no con-texto da teoria da Tectônica de Placas. Autor: Carlos Eduardo Guerra Orientador: Jadir da Conceição da Silva Título: Modelagem numérica de perfis sônicos em reservatóriosanisotrópicos No de páginas: 120 Resumo: O perfil acústico de tempo de trânsito é considerado como infor-mação padrão em serviços de perfilagem de poços. A análise do inter-valo de tempo de trânsito das ondas P e S, juntamente com outros perfis(geralmente o perfil de densidade), permite o cálculo da porosidade emfunção da profundidade, e, assim, uma forma rápida de avaliaçãolitológica. Nos perfis, uma mudança consistente na velocidade de pro-pagação (recíproco do tempo de trânsito intervalar) é interpretada comouma mudança de litologia, sendo que, a princípio, é possível estimar asprofundidades das interfaces em função de curvas do tipo GEOGRAM(traço sísmico sintético obtido do perfil de tempo de trânsito intervalar).Porém, o que se observa na prática é uma discrepância entre as pro-fundidades reais e as obtidas pelos perfis de tempos de trânsito, princi-palmente quando se trata dos perfis de ondas S. Uma das causas desteproblema é a anisotropia sísmica, que faz com as velocidades das on-das P e S sejam diferentes quando se consideram direções distintas.Atualmente, sabe-se que toda rocha apresenta certo grau de anisotropia,principalmente as rochas sedimentares, onde os processos de deposi-ção favorecem o aparecimento de estruturas laminares. Estas estrutu-ras dão origem a um tipo particular de anisotropia sísmica chamada deTIV ou "meio transversalmente isotrópico vertical". Neste aspecto, oobjetivo deste trabalho é avaliar o efeito da anisotropia sísmica do tipo 135Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004TIV nas medidas de tempo de trânsito das ondas P e S. A metodologiaempregada neste estudo parte da simulação de uma ferramenta acústicahipotética com um transmissor e dois receptores. Esta ferramenta simulauma perfilagem acústica em um ambiente de poço aberto, modelado portrês regiões cilíndricas concêntricas representando o poço preenchido pelalama, a zona invadida pelo filtrado da lama e a zona virgem. Os dados detempos de trânsito são obtidos através da modelagem numérica da equa-ção da onda usando a técnica de elementos finitos ou FEM (Finite ElementMethod), empregada num esquema de discretização espacial combinadacom uma técnica de diferenças finitas no domínio do tempo, com o objetivode obter as distribuições dos deslocamentos e pressões nos receptores emfunção do tempo. As distribuições de pressões em cada receptor são ar-mazenadas na forma de micro-sismogramas onde são posteriormente usa-dos para a geração dos perfis de tempos de trânsito das ondas P e dasimagens de semblances e RAN (Resíduos de Amplitudes Normalizados).Veremos também que as imagens RAN serão úteis na avaliação dos tem-pos de chegada das ondas S. Finalmente chegaremos a conclusão que oprocesso de discretização espacial empregado e a aproximação axi-simé-trica do meio minimizam o efeito da anisotropia fraca sobre a velocidadede propagação no sentido vertical, embora deforme os micro-sismogramase as suas amplitudes. Como conseqüência, os perfis de tempo de trânsitointervalar não sofrem alterações significativas, mas tornam-se ruidosos. Autora: Lélia Maria de Araújo Kalil Thiago Título: Quitinozoários do Devoniano da bacia do Paraná Orientadora: Ortrud Monika Barth Schatzmayr No de páginas: 181 Resumo: Foram reunidas neste trabalho todas as informações sobremorfologia, origem, hábito e evolução dos quitinozoários. Os organis-mos que teriam produzido os restos fósseis, denominados dequitinozoóforos, são considerados como representantes do reino ani-mal. Uma comparação com vários grupos de invertebrados recentes é 136Anuário do Instituto de Geociências - UFRJ Volume 27 / 2004aqui apresentada. Foram levantadas todas as espécies encontradas nossedimentos devonianos da Bacia do Paraná e classificados dentro deuma sistemática mais atualizada. A organização de diversas tabelascomparando a distribuição cronoestratigráfica dos quitinozoários da Ba-cia do Paraná com bacias circunvizinhas, do norte e nordeste do Brasile outras regiões do Gondwana Ocidental, permitiu a identificação dosbioeventos de inovação, radiação e ampla distribuição geográfica ocor-ridos com os quitinozoários. A maior diversidade de espécies foi regis-trada no Devoniano Inferior, onde estão representadas 52% espéciesendêmicas da Bacia do Paraná, confirmando o apogeu do DomínioMalvinocáfrico. No Devoniano Médio houve uma redução na diversi-dade e no endemismo dos quitinozoários na bacia, corroborando o declíniodeste domínio. Os bioeventos de ampla distribuição geográfica foramassociados às seqüências devonianas reconhecidas na Bacia do Paranáe comparados com o zoneamento bioestratigráfico proposto para a ba-cia, com base nos quitinozoários.
ISSN:0101-9759