Summary: | Através da leitura que Heidegger faz de Aletheia, Arendt vincula a noção de verdade à de aparência ao custo de desmantelar a conhecida dicotomia entre o ser verdadeiro e a mera aparência, deslocando a verdade do domínio dos neumena ao dos phenomena enquanto reino da visibilidade, o domínio doxástico da ação política. Doxa como desvelamento não mais nos conduz à adequação cognitiva do self interno, mas antes à dimensão arendtiana cognitiva interpessoal de seres humanos no mundo: quem nós somos no espaço público. Será mostrado que não há nenhuma contradição entre dialética e persuasão, na medida em que Arendt desloca o registro positivo da doxa em direção a suas considerações sobre a faculdade de julgar, reforçando a primazia da comunicabilidade, pluralidade e diversidade de pontos de vista na construção da doxa quando alguém constitui sua visão particular e única no mundo. Finalmente, mostrar-se-á que a amizade deve ser tomada como o tipo de insight político por excelência, enquanto práxis de ver o mundo a partir da perspectiva do outro
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