A DIFERENÇA E A LOUCURA EM O VENTO ASSOBIANDO NAS GRUAS, DE LÍDIA JORGE, E JERUSALÉM, DE GONÇALO M. TAVARES

A proposta deste artigo é apresentar uma análise comparativa de dois romances portugueses contemporâneos: O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge, e Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares analisando o ponto temático comum entre os autores, qual seja: o da formação discursiva por parte de indivíduos c...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Juliana Florentino Hampel
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade de São Paulo 2014-12-01
Series:Revista Criação & Crítica
Subjects:
Online Access:http://www.revistas.usp.br/criacaoecritica/article/view/83836
Description
Summary:A proposta deste artigo é apresentar uma análise comparativa de dois romances portugueses contemporâneos: O vento assobiando nas gruas, de Lídia Jorge, e Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares analisando o ponto temático comum entre os autores, qual seja: o da formação discursiva por parte de indivíduos considerados doentes mentais e o interdiscurso existente entre eles, responsável pela criação de uma verdade, e os dos normatizadores, que os interpelam, invalidando-os. Ancorados nas teorias foucaultianas que tratam do rompimento entre a linguagem comum que havia entre a Razão e a Loucura, ocorrido a partir do século XVII, analisaremos como o tema retrata os conflitos prementes da contemporaneidade, e de que modo está sendo abordado pelos dois escritores. As obras escolhidas apresentam o discurso de personagens diagnosticadas com diferentes graus de loucura, que buscam elos perdidos com o mundo a seu redor por meio de dificultosos processos de enunciação provenientes de seres obsessivos, dementes e fantasiosos, nos quais a diferença é apontada como característica principal.
ISSN:1984-1124