Summary: | O presente estudo objetiva analisar o filme Enemy (2013), a adaptação ambígua e controversa do romance O homem duplicado (2002), do escritor português José Saramago. A investigação interdisciplinar empreendida neste trabalho problematiza as noções tradicionais de fidelidade e de originalidade com o propósito de caracterizar as adaptações fílmicas como transposições intermidiais em que múltiplos códigos intersemióticos interagem entre si. Com o intuito de fundamentar tais conceitos, argumentamos que, apesar de Enemy alterar elementos do texto adaptado, o filme reacentua a crise psicológica e a fragmentação identitária vivenciada pelo(s) protagonista(s) romanesco(s) por meio de uma construção cinematográfica de símbolos complexos e de metáforas visuais.
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