Ambiguidades, inversões, transmutações: o sagrado e o profano em O senhor presidente, de Miguel Ángel Asturias e Memorial do convento, de José Saramago
As relações culturais entre Portugal e América Latina revolvem a um longo histórico de dependência que, sobretudo a partir do século XX, transformam-se em um diálogo recíproco para a literatura das duas regiões. Um ponto alto deste diálogo encontra-se entre o realismo mágico latino-americano e a li...
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Published: |
Associação Internacional de Lusitanistas
2023-01-01
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As relações culturais entre Portugal e América Latina revolvem a um longo histórico de dependência que, sobretudo a partir do século XX, transformam-se em um diálogo recíproco para a literatura das duas regiões. Um ponto alto deste diálogo encontra-se entre o realismo mágico latino-americano e a literatura portuguesa pós-Revolução dos Cravos. Este texto propõe-se a analisar dois romances dessas tradições literárias: O senhor presidente (1946), de Miguel Ángel Asturias, e Memorial do Convento (1982), de José Saramago, tendo como objetivo compreender a configuração das categorias do sagrado e do profano na malha conceitual das narrativas. Adota-se uma perspectiva antropológica para compreensão da díade sagrado/profano, assumindo pressupostos caros à tradição inaugurada por Émile Durkheim e explorada por R. Caillois e E. E. Evans-Pritchard. Verificou-se que O senhor presidente (1946) mantém uma ambiguidade entre essência e aparência na configuração do sistema de sagrado e profano, desestabilizando uma lógica fixa de relações entre as categorias. O sistema de sagrado e profano em Memorial do convento (1982), por sua vez, passa por um processo de inversão operada privilegiadamente na voz do narrador. Essa inversão está relacionada aos dois planos narrativos que se entrelaçam e se contrapõem em um mesmo pano de fundo contextual.
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