Summary: | O artigo busca investigar os deslocamentos territoriais e subjetivos proporcionados pela poética de Fernando Pessoa, a partir do conceito de ritornelo – e de território e desterritorialização nele implicados – de Gilles Deleuze e Félix Guattari (Mil platôs). O objetivo é refletir acerca dos mecanismos de construção presentes na poética de Pessoa a que a relação entre as ideias de territorialidade e subjetividade, sob um ponto de vista contemporâneo, podem ajudar a perceber e repensar. Para tanto, parte-se de “A Passagem das Horas”, de Álvaro de Campos, e de excertos do Livro do Desassossego, explorando-se o conceito de sensação, central em Pessoa, com vistas a analisar procedimentos de composição aí presentes. Tem-se em vista que, em Pessoa, trata-se de conceber territórios existenciais, em que exterior e interior não se distinguem, em uma interpenetração entre lugares externos e aqueles íntimos, em uma dinâmica territorial ímpar na criação do poema enquanto plano de sensações.
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