Summary: | Ao traçar um paralelo entre o fruto proibido do Gênesis e o livro proibido em torno do qual gira a trama de O nome da rosa (1980), de Umberto Eco, o presente artigo propõe uma interpretação – ciente de que há diversas outras possíveis – para a biblioteca labiríntica retratada no romance. Em meio ao enfrentamento entre monges que desejam acesso ao conhecimento e monges que interditam esse acesso, julgando-o perigoso, pode-se perceber na abadia criada por Eco alusões à queda de Adão e Eva, que são expulsos do Éden por experimentarem o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. A partir do estudo de símbolos (BIEDERMAN, 1992; CIRLOT, 2001; FERBER, 2007; TRESSINDER, 2012), de considerações a respeito do mito fundador bíblico (COTTER, 2003; TOWNER, 2001) e de explicações sobre o labirinto dadas pelo próprio autor (1985; 2017), procura-se investigar relações entre proibição, autoridade e conhecimento no contexto do livro.
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