O olhar do outro sobre a obesidade
O presente estudo no campo da fenomenologia mostra em fragmentos biográficos de uma obesa na cidade de Salvador, Bahia, uma construção sociocultural panóptica que julga impiedosamente a obesidade, inscrevendo-a como umaexperiência de sofrimento, aprendizagem e suporte terapêutico para o cuidado de...
Main Authors: | , , |
---|---|
Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Universidade de Brasília
2018-11-01
|
Series: | Linhas Críticas |
Subjects: | |
Online Access: | https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/18958 |
_version_ | 1818057407229591552 |
---|---|
author | Kênya Lima de Araújo Maria do Carmo Soares de Freitas Paulo Gilvane Lopes Pena |
author_facet | Kênya Lima de Araújo Maria do Carmo Soares de Freitas Paulo Gilvane Lopes Pena |
author_sort | Kênya Lima de Araújo |
collection | DOAJ |
description |
O presente estudo no campo da fenomenologia mostra em fragmentos biográficos de uma obesa na cidade de Salvador, Bahia, uma construção sociocultural panóptica que julga impiedosamente a obesidade, inscrevendo-a como umaexperiência de sofrimento, aprendizagem e suporte terapêutico para o cuidado de si. ‘Obesidade e mundo’ é como se define esse conjunto humano sem dualidade sujeito/objeto. Esta quebra dual se realiza na construção de pertencimento entre um e outro, reciprocamente. O mundo circunda obesidade e essa se constitui enquanto ser-obeso-sendo em um processo de pertencimento na cotidianidade. Trata-se, pois, de um acontecimento temporal em que a obesa se mantém em sua origem constitutiva de sujeito engordante, em uma sociedade engordante. Aparentemente não espera nada do outro que a observa, mas ressente. Normal e patológico se confundem para velar ou desvelar obesidade enquanto sintoma social. Ela, a obesa, se percebe numa redução do espaço público provocada pelo estigma do outro. A obesidade percebida pelo olhar do outro convida a obesa a romper a impessoalidade e a voltar-se para si. Ao especular não há um reflexo nítido, mas uma imagem conflitiva em que se misturam sentidos como rejeição e valor de si. O olhar que a rejeita é o mesmo que se distancia e julga obesidade. Assim, a obesa ao voltar-se contra sua imagem, obesidade, experimenta uma aprendizagem única do que pode observar e encontra abertura com terapias corporais para vivenciar o corpo na sociedade.
|
first_indexed | 2024-12-10T12:44:15Z |
format | Article |
id | doaj.art-4240e4254b574eb2b17ab75745d2efab |
institution | Directory Open Access Journal |
issn | 1516-4896 1981-0431 |
language | English |
last_indexed | 2024-12-10T12:44:15Z |
publishDate | 2018-11-01 |
publisher | Universidade de Brasília |
record_format | Article |
series | Linhas Críticas |
spelling | doaj.art-4240e4254b574eb2b17ab75745d2efab2022-12-22T01:48:27ZengUniversidade de BrasíliaLinhas Críticas1516-48961981-04312018-11-012410.26512/lc.v24i0.18958O olhar do outro sobre a obesidadeKênya Lima de Araújo0Maria do Carmo Soares de Freitas1Paulo Gilvane Lopes Pena2Universidade Federal da Bahia, BrasilUniversidade Federal da Bahia, BrasilUniversidade Federal da Bahia, Brasil O presente estudo no campo da fenomenologia mostra em fragmentos biográficos de uma obesa na cidade de Salvador, Bahia, uma construção sociocultural panóptica que julga impiedosamente a obesidade, inscrevendo-a como umaexperiência de sofrimento, aprendizagem e suporte terapêutico para o cuidado de si. ‘Obesidade e mundo’ é como se define esse conjunto humano sem dualidade sujeito/objeto. Esta quebra dual se realiza na construção de pertencimento entre um e outro, reciprocamente. O mundo circunda obesidade e essa se constitui enquanto ser-obeso-sendo em um processo de pertencimento na cotidianidade. Trata-se, pois, de um acontecimento temporal em que a obesa se mantém em sua origem constitutiva de sujeito engordante, em uma sociedade engordante. Aparentemente não espera nada do outro que a observa, mas ressente. Normal e patológico se confundem para velar ou desvelar obesidade enquanto sintoma social. Ela, a obesa, se percebe numa redução do espaço público provocada pelo estigma do outro. A obesidade percebida pelo olhar do outro convida a obesa a romper a impessoalidade e a voltar-se para si. Ao especular não há um reflexo nítido, mas uma imagem conflitiva em que se misturam sentidos como rejeição e valor de si. O olhar que a rejeita é o mesmo que se distancia e julga obesidade. Assim, a obesa ao voltar-se contra sua imagem, obesidade, experimenta uma aprendizagem única do que pode observar e encontra abertura com terapias corporais para vivenciar o corpo na sociedade. https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/18958ObesidadeAprendizagem sobre o corpoEstigma |
spellingShingle | Kênya Lima de Araújo Maria do Carmo Soares de Freitas Paulo Gilvane Lopes Pena O olhar do outro sobre a obesidade Linhas Críticas Obesidade Aprendizagem sobre o corpo Estigma |
title | O olhar do outro sobre a obesidade |
title_full | O olhar do outro sobre a obesidade |
title_fullStr | O olhar do outro sobre a obesidade |
title_full_unstemmed | O olhar do outro sobre a obesidade |
title_short | O olhar do outro sobre a obesidade |
title_sort | o olhar do outro sobre a obesidade |
topic | Obesidade Aprendizagem sobre o corpo Estigma |
url | https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/18958 |
work_keys_str_mv | AT kenyalimadearaujo oolhardooutrosobreaobesidade AT mariadocarmosoaresdefreitas oolhardooutrosobreaobesidade AT paulogilvanelopespena oolhardooutrosobreaobesidade |