Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius Castoriadis

Mercados e racionalidades são duas categorias das Ciências Sociais bastante discutidas na academia. Considera-se Max Weber um dos pioneiros no estudo da categoria racionalidades, da qual teria se originado grande parte das interpretações dominantes nas Ciências Sociais, em particular da Sociologia....

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Manoel Fernandes Nery, Daniel Lanna Peixoto
Format: Article
Language:English
Published: Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
Series:Cadernos EBAPE.BR
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512013000400005&lng=en&tlng=en
_version_ 1811297487795781632
author Manoel Fernandes Nery
Daniel Lanna Peixoto
author_facet Manoel Fernandes Nery
Daniel Lanna Peixoto
author_sort Manoel Fernandes Nery
collection DOAJ
description Mercados e racionalidades são duas categorias das Ciências Sociais bastante discutidas na academia. Considera-se Max Weber um dos pioneiros no estudo da categoria racionalidades, da qual teria se originado grande parte das interpretações dominantes nas Ciências Sociais, em particular da Sociologia. Os autores que descrevem o mercado enfatizam diferentes aspectos, e os relatos sobre seu aparecimento histórico são também divergentes. Não existe, portanto, nas Ciências Sociais, uma interpretação única sobre as funções e a historicidade do mercado, bem como não há unanimidade em relação às formas de racionalidades dominantes. Este ensaio teórico traz a perspectiva de dois autores sobre mercados e racionalidades, sem a intenção de absolutizar seu pensamento ou limitar suas contribuições aos temas. Ramos (1981) concebe a razão como uma força inerente ao indivíduo, a qual denomina razão substantiva, assinalando que, com Thomas Hobbes, a razão configura um cálculo utilitário de consequências. Adicionalmente, Ramos (1981) vê o mercado como uma ameaça à liberdade e autonomia dos indivíduos. Para Castoriadis (1992b, 1996, 1999b), a razão está presente em um coletivo social anônimo, sendo homem e sociedade inseparáveis do contexto sócio-histórico. Já o mercado, bem ou mal, funciona, apesar da manipulação dos consumidores e da violência contra os trabalhadores. Em comum, os autores defendem a liberdade e a autonomia dos indivíduos. Conclui-se o ensaio corroborando a visão de Alves (2007), pois as elucidações apresentadas ao longo do texto indicam que as divergências não estão nas teorias e nos métodos, mas na natureza do objeto estudado.
first_indexed 2024-04-13T06:04:57Z
format Article
id doaj.art-433ff75b3fb54327a5d4ee054f785af3
institution Directory Open Access Journal
issn 1679-3951
language English
last_indexed 2024-04-13T06:04:57Z
publisher Fundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas
record_format Article
series Cadernos EBAPE.BR
spelling doaj.art-433ff75b3fb54327a5d4ee054f785af32022-12-22T02:59:17ZengFundação Getulio Vargas, Escola Brasileira de Administração Pública e de EmpresasCadernos EBAPE.BR1679-395111454355510.1590/S1679-39512013000400005S1679-39512013000400005Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius CastoriadisManoel Fernandes Nery0Daniel Lanna Peixoto1Universidade Federal do Espírito SantoInstituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espirito SantoMercados e racionalidades são duas categorias das Ciências Sociais bastante discutidas na academia. Considera-se Max Weber um dos pioneiros no estudo da categoria racionalidades, da qual teria se originado grande parte das interpretações dominantes nas Ciências Sociais, em particular da Sociologia. Os autores que descrevem o mercado enfatizam diferentes aspectos, e os relatos sobre seu aparecimento histórico são também divergentes. Não existe, portanto, nas Ciências Sociais, uma interpretação única sobre as funções e a historicidade do mercado, bem como não há unanimidade em relação às formas de racionalidades dominantes. Este ensaio teórico traz a perspectiva de dois autores sobre mercados e racionalidades, sem a intenção de absolutizar seu pensamento ou limitar suas contribuições aos temas. Ramos (1981) concebe a razão como uma força inerente ao indivíduo, a qual denomina razão substantiva, assinalando que, com Thomas Hobbes, a razão configura um cálculo utilitário de consequências. Adicionalmente, Ramos (1981) vê o mercado como uma ameaça à liberdade e autonomia dos indivíduos. Para Castoriadis (1992b, 1996, 1999b), a razão está presente em um coletivo social anônimo, sendo homem e sociedade inseparáveis do contexto sócio-histórico. Já o mercado, bem ou mal, funciona, apesar da manipulação dos consumidores e da violência contra os trabalhadores. Em comum, os autores defendem a liberdade e a autonomia dos indivíduos. Conclui-se o ensaio corroborando a visão de Alves (2007), pois as elucidações apresentadas ao longo do texto indicam que as divergências não estão nas teorias e nos métodos, mas na natureza do objeto estudado.http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512013000400005&lng=en&tlng=enMarketSociologyRationalitiesDevelopmentAutonomy
spellingShingle Manoel Fernandes Nery
Daniel Lanna Peixoto
Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius Castoriadis
Cadernos EBAPE.BR
Market
Sociology
Rationalities
Development
Autonomy
title Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius Castoriadis
title_full Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius Castoriadis
title_fullStr Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius Castoriadis
title_full_unstemmed Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius Castoriadis
title_short Mercados e racionalidades: a perspectiva de Alberto Guerreiro Ramos e Cornelius Castoriadis
title_sort mercados e racionalidades a perspectiva de alberto guerreiro ramos e cornelius castoriadis
topic Market
Sociology
Rationalities
Development
Autonomy
url http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512013000400005&lng=en&tlng=en
work_keys_str_mv AT manoelfernandesnery mercadoseracionalidadesaperspectivadealbertoguerreiroramosecorneliuscastoriadis
AT daniellannapeixoto mercadoseracionalidadesaperspectivadealbertoguerreiroramosecorneliuscastoriadis