Trajetórias Tecnológicas como Objeto de Política de Conhecimento para a Amazônia: uma metodologia de delineamento
The relationship between the knowledge adapted in the productive process and the current characteristics and future possibilities of agrarian development of Amazon has been deserving a rich reflection by important policy makers and advisers of the institutional field of Science & Technology in B...
Main Author: | |
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Format: | Article |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Estadual de Campinas
2009-10-01
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Series: | Revista Brasileira de Inovação |
Subjects: | |
Online Access: | http://www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/360 |
_version_ | 1818320296179924992 |
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author | Francisco de Assis Costa |
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collection | DOAJ |
description | The relationship between the knowledge adapted in the productive process and the current characteristics and future possibilities of agrarian development of Amazon has been deserving a rich reflection by important policy makers and advisers of the institutional field of Science & Technology in Brazil. It is more and more recognized, that to tackle in the region the great tensions resulting of the ecological crisis behind the global heating and climate change, it is necessary to subvert the production of S&T and the attitude of the State. It means, to revert the policy approach, of that current one, which considers the region as an “economy of open frontier” based on spurious productivity (Fajnzylber, 1988; Egler, 2006), for another that treats it as a “frontier of the natural capital” (Becker, 2004). Part of that would be the formation of a knowledge matrix able to connect consistently the tacit knowledge of the traditional populations with the codified knowledge of the S&T institutions (Sá, 2006). Part would be the integration between the universe of the production of goods and the one of the production of knowledge to guarantee the building up of competitive clusters of products and services based on the sustainable use of the natural resources (Vieira, 2006). Starting from the notions of “technological paradigms and trajectories” (Dosi, 2006) and of “competing technologies and path-dependent development” (Arthur, 1994), the article try to clear the difficulties of such revision. It argues first that between a society exploring a “economy of open frontier” and a society able to make true a “frontier of the natural capital” there exist the cognitive abyss created by the capitalist-industrialist reason and its relationship patterns with the nature, in the form of a paradigm of industrial modernization of the agriculture, powerful in many manners. It stresses further that also between institutions that generate and accumulate tacit knowledge and those which generate and accumulate codified knowledge there is the incongruity of their perspectives, from the deep distinction in subject’s and object’s perceptions, until the vision of purpose and direction. It points out, finally, that in the cluster and agglomerates reside deep asymmetries, where the paradigms and relationship patterns with the nature and the nature of the organizational paradigms consolidate practices and deeply distinctive attitudes – both of the subjects of the material production to each other and among those and the subjects of the formation and control of the knowledge. With results from factorial and main components statistic analysis applied to a special base of data of the Agricultural Census of 1995-1996 regionalized at micro-regional level, the article defines six technological trajectories for the Brazilian north region – the Amazon region. The differences among them were specified starting from the prevailing main characteristic of both structures and types of agents who control the establishments. They were further verified through the technological characteristics of the productive units expressed in the endowment of physical capital and in the relationships with the available natural resources. Besides the degrees with that they participated in the agricultural politics were approximated. Exposed the trajectories and their paradigms, their respective capacity of competition and dynamics demonstrated in the last ten years, the article discusses strategic options, indicating the need of objective institutional efforts to turn more consistent the foundations of the trajectories that could favor a development with larger hope of (social and environmental) sustainability.<br>A relação entre o conhecimento apropriado no processo produtivo e as características atuais e possibilidades futuras de desenvolvimento de base agrária na Amazônia tem merecido uma rica reflexão entre policy makers e advisers em posições relevantes no campo científico e tecnológico. Reconhece-se, cada vez mais, que, para se fazer frente às grandes tensões por que passa a região mediante a crise ecológica por trás do aquecimento global, há a necessidade de subverter a produção de ciência e tecnologia e a atitude do estado, revertendo a abordagem em relação à região, daquela atual, que a considera uma economia de fronteira baseada em produtividade espúria (Fajnzylber, 1988; Egler, 2006), para outra que a trate como uma fronteira do capital natural (Becker, 2004). Disso faria parte a formação de uma matriz de conhecimento com nexos consistentes entre conhecimento tácito das populações tradicionais e conhecimento codificado (Sá, 2006) e a integração entre o universo da produção de mercadorias e o da produção de conhecimento, de modo a garantir a formação de clusters competitivos de produtos e serviços baseados no uso sustentável dos recursos naturais (Vieira, 2006). Utilizando as noções de paradigmas tecnológicas e de desenvolvimento dependente de trajetória (Dosi, 2006; Arthur, 1994), o artigo procura tornar claras as dificuldades de tal reviravolta: uma vez que entre uma sociedade baseada em economia de fronteira e uma sociedade que seja fronteira de capital natural, há o abismo cognitivo criado pela razão industrialista e seus padrões de relação com a natureza, na forma de um paradigma de modernização industrial da agricultura, poderoso de muitos modos; uma vez que, também, entre instituições de acúmulo de conhecimento tácito e as de conhecimento codificado há a incongruência de suas respectivas matrizes, desde a profunda distinção nas percepções de sujeito e objeto até a visão de finalidade e sentido; uma vez que, finalmente, nos clusters e aglomerados locais residem assimetrias profundas, em que os paradigmas e padrões de relação com a natureza e a natureza dos paradigmas organizacionais consolidam práxis e atitudes profundamente distintivas – dos sujeitos da produção material entre si e entre estes e os sujeitos da formação e do controle do conhecimento. Com resultados da aplicação de técnicas de análise fatorial e de componentes principais aplicadas a uma base especial de dados do Censo agropecuário de 1995-1996 regionalizados em nível de microrregião, o artigo delimita seis trajetórias tecnológicas na Amazônia. Nelas as diferenças são especificadas a partir da diversidade estrutural e dos tipos de agentes. Verificam-se, isso posto, a importância social, a coerência com os critérios privados dominantes, as características tecnológicas expressas nas disponibilidades de capital físico e nas relações com os fundamentos naturais disponíveis, além do grau de favorecimento em relação aos mecanismos da política agrária. Expostas as trajetórias e suas posições paradigmáticas, a capacidade respectiva de concorrência e dinâmica demonstrada nos últimos dez anos, o artigo discute opções estratégicas, indicando a necessidade de esforços institucionais objetivos para tornar mais consistentes os fundamentos das trajetórias que poderiam favorecer um desenvolvimento com maior esperança de sustentabilidade (social e ambiental). |
first_indexed | 2024-12-13T10:22:45Z |
format | Article |
id | doaj.art-43c769bda1744985987dd6d0e3f83ba9 |
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issn | 1677-2504 2178-2822 |
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It means, to revert the policy approach, of that current one, which considers the region as an “economy of open frontier” based on spurious productivity (Fajnzylber, 1988; Egler, 2006), for another that treats it as a “frontier of the natural capital” (Becker, 2004). Part of that would be the formation of a knowledge matrix able to connect consistently the tacit knowledge of the traditional populations with the codified knowledge of the S&T institutions (Sá, 2006). Part would be the integration between the universe of the production of goods and the one of the production of knowledge to guarantee the building up of competitive clusters of products and services based on the sustainable use of the natural resources (Vieira, 2006). Starting from the notions of “technological paradigms and trajectories” (Dosi, 2006) and of “competing technologies and path-dependent development” (Arthur, 1994), the article try to clear the difficulties of such revision. It argues first that between a society exploring a “economy of open frontier” and a society able to make true a “frontier of the natural capital” there exist the cognitive abyss created by the capitalist-industrialist reason and its relationship patterns with the nature, in the form of a paradigm of industrial modernization of the agriculture, powerful in many manners. It stresses further that also between institutions that generate and accumulate tacit knowledge and those which generate and accumulate codified knowledge there is the incongruity of their perspectives, from the deep distinction in subject’s and object’s perceptions, until the vision of purpose and direction. It points out, finally, that in the cluster and agglomerates reside deep asymmetries, where the paradigms and relationship patterns with the nature and the nature of the organizational paradigms consolidate practices and deeply distinctive attitudes – both of the subjects of the material production to each other and among those and the subjects of the formation and control of the knowledge. With results from factorial and main components statistic analysis applied to a special base of data of the Agricultural Census of 1995-1996 regionalized at micro-regional level, the article defines six technological trajectories for the Brazilian north region – the Amazon region. The differences among them were specified starting from the prevailing main characteristic of both structures and types of agents who control the establishments. They were further verified through the technological characteristics of the productive units expressed in the endowment of physical capital and in the relationships with the available natural resources. Besides the degrees with that they participated in the agricultural politics were approximated. Exposed the trajectories and their paradigms, their respective capacity of competition and dynamics demonstrated in the last ten years, the article discusses strategic options, indicating the need of objective institutional efforts to turn more consistent the foundations of the trajectories that could favor a development with larger hope of (social and environmental) sustainability.<br>A relação entre o conhecimento apropriado no processo produtivo e as características atuais e possibilidades futuras de desenvolvimento de base agrária na Amazônia tem merecido uma rica reflexão entre policy makers e advisers em posições relevantes no campo científico e tecnológico. Reconhece-se, cada vez mais, que, para se fazer frente às grandes tensões por que passa a região mediante a crise ecológica por trás do aquecimento global, há a necessidade de subverter a produção de ciência e tecnologia e a atitude do estado, revertendo a abordagem em relação à região, daquela atual, que a considera uma economia de fronteira baseada em produtividade espúria (Fajnzylber, 1988; Egler, 2006), para outra que a trate como uma fronteira do capital natural (Becker, 2004). Disso faria parte a formação de uma matriz de conhecimento com nexos consistentes entre conhecimento tácito das populações tradicionais e conhecimento codificado (Sá, 2006) e a integração entre o universo da produção de mercadorias e o da produção de conhecimento, de modo a garantir a formação de clusters competitivos de produtos e serviços baseados no uso sustentável dos recursos naturais (Vieira, 2006). Utilizando as noções de paradigmas tecnológicas e de desenvolvimento dependente de trajetória (Dosi, 2006; Arthur, 1994), o artigo procura tornar claras as dificuldades de tal reviravolta: uma vez que entre uma sociedade baseada em economia de fronteira e uma sociedade que seja fronteira de capital natural, há o abismo cognitivo criado pela razão industrialista e seus padrões de relação com a natureza, na forma de um paradigma de modernização industrial da agricultura, poderoso de muitos modos; uma vez que, também, entre instituições de acúmulo de conhecimento tácito e as de conhecimento codificado há a incongruência de suas respectivas matrizes, desde a profunda distinção nas percepções de sujeito e objeto até a visão de finalidade e sentido; uma vez que, finalmente, nos clusters e aglomerados locais residem assimetrias profundas, em que os paradigmas e padrões de relação com a natureza e a natureza dos paradigmas organizacionais consolidam práxis e atitudes profundamente distintivas – dos sujeitos da produção material entre si e entre estes e os sujeitos da formação e do controle do conhecimento. Com resultados da aplicação de técnicas de análise fatorial e de componentes principais aplicadas a uma base especial de dados do Censo agropecuário de 1995-1996 regionalizados em nível de microrregião, o artigo delimita seis trajetórias tecnológicas na Amazônia. Nelas as diferenças são especificadas a partir da diversidade estrutural e dos tipos de agentes. Verificam-se, isso posto, a importância social, a coerência com os critérios privados dominantes, as características tecnológicas expressas nas disponibilidades de capital físico e nas relações com os fundamentos naturais disponíveis, além do grau de favorecimento em relação aos mecanismos da política agrária. Expostas as trajetórias e suas posições paradigmáticas, a capacidade respectiva de concorrência e dinâmica demonstrada nos últimos dez anos, o artigo discute opções estratégicas, indicando a necessidade de esforços institucionais objetivos para tornar mais consistentes os fundamentos das trajetórias que poderiam favorecer um desenvolvimento com maior esperança de sustentabilidade (social e ambiental).http://www.ige.unicamp.br/ojs/index.php/rbi/article/view/360AmazôniaDesenvolvimento RegionalTrajetórias TecnológicasDesenvolvimento RuralInstituições |
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