RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS

Introdução: Histiocitose de células de Langerhans (HCL) é uma neoplasia rara, com maior prevalente na infância e com incidência em adultos de 1:1.000.000 com idade médiana de 34 anos. A proliferação clonal de células dendríticas leva a uma infiltração local ou difusa em órgãos. Possui apresentação c...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: AC Griciunas, DEG Camargo, LMAD Santos, IAA Barcessat, PR Criado, VAQ Mauad, DMM Borducchi
Format: Article
Language:English
Published: Elsevier 2023-10-01
Series:Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Online Access:http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923004844
_version_ 1797655029768781824
author AC Griciunas
DEG Camargo
LMAD Santos
IAA Barcessat
PR Criado
VAQ Mauad
DMM Borducchi
author_facet AC Griciunas
DEG Camargo
LMAD Santos
IAA Barcessat
PR Criado
VAQ Mauad
DMM Borducchi
author_sort AC Griciunas
collection DOAJ
description Introdução: Histiocitose de células de Langerhans (HCL) é uma neoplasia rara, com maior prevalente na infância e com incidência em adultos de 1:1.000.000 com idade médiana de 34 anos. A proliferação clonal de células dendríticas leva a uma infiltração local ou difusa em órgãos. Possui apresentação clínica heterogênea, lesões são mais comum em pele e óssos, podendo se manifestar em outros orgâos como pulmões, fígado, medula óssea e órgão endocrinológicos. Lesões cutâneas podem ser difusas, lesões papulovesiculosas ou dermatite seborreica-símile. O diagnóstico é realizado por biopsia com anatomopatológico demostrando células de Langerhans (CL) e perfil imunohistoquimico presentes CD1a, CD207 e S-100 na superfície das células. 60% dos casos podem ter a mutação no gene V600E-BRAF. Objetivos: Apresentar um caso de HCL com acometimento cutâneo e recidivado após a primeira linha de tratamento, discutir novas possibilidades de tratamento a partir da fisiopatologia da doença. Caso clínico: Paciente V.A.G.R, sexo masculino, 53 anos, sem comorbidades, referia quadro de lesões cutâneas em região de couro cabeludo, intertriginosas em virilhas e região interglútea, tronco e membros inferiores com evolução há 4 anos. As lesões possuíam característica erosiva associado a presença de exudato seropurulento. Devido a secreção de lesões em grande quantidade, no momento paciente possuía importante prejuízo social com necessidade do uso de fraudas e compressas em locais acometidos. Realizado duas biopsias de pele, uma delas apresentou análise histológica compatível com proliferação histiocitária e imunofenotipágem positiva para AE1/AE3, CD1a, CD45 LCA parcial, CD68, Ki-67 80%, Proteína S-100. Pesquisa de mutação BRAFV600E negativa. Demais exames para estadiamento da doença demonstrou ausência de outros orgãos acometidos. Submetido a tratamento quimioterápico com ARA-C 100 mg/m2 D1-D5 a cada 28 dias, realizado 12 ciclos, com controle parcial da doença. Após 7 meses do término de tratamento, apresentou recidiva da doença com piora das lesões cutâneas. Optado então por nova terapia com uso de hidroxiureia (HU), dose máxima alcançada 1.500 mg/dia. Após início do tratamento, paciente apresenta regressão importante de lesões cutâneas, toxicidade tolerada e importante ganho na qualidade de vida. Discussão: Não há um consenso para o manejo de HCL, estudos sugerem o uso de vimblastina e prednisona ou citarabina, como possibilidade de primeira linha de tratamento. Dado que as CDs surgem a partir de células precursoras mieloides, dando origem as CLs, terapias dirigidas contra células mieloides podem ser eficazes no tratamento da doença. A Hidroxiureia bloqueia a síntese de DNA de células mieloides pela inibição da ribonucleotídeo redutase, sendo eficaz em neoplasias de origem mieloide. Em um estudo de coorte realizado em Hospital Texas Children's, 15 pacientes foram selecionados com doença cutânea ou óssea refratária a primeira linha de tratamento. Os doentes foram tratados com HU dose máxima tolerada. Foi demonstrado que 80% dos pacientes tiveram resposta a exposição a HU (53% resposta completa e 27% resposta parcial). Conclusão: O manejo da HCL na atualidade ainda é um desafio e carece de estudos clínicos que demostrem maiores níveis de evidência no seu tratamento. A HU possui o benefício de baixo custo, facilidade de administração e efeitos adversos bem estabelecidos, podendo revelar-se um método seguro e uma opção terapêutica eficaz para o controle da doença apresentada.
first_indexed 2024-03-11T17:08:13Z
format Article
id doaj.art-4462b842091149478e7689f129b3037a
institution Directory Open Access Journal
issn 2531-1379
language English
last_indexed 2024-03-11T17:08:13Z
publishDate 2023-10-01
publisher Elsevier
record_format Article
series Hematology, Transfusion and Cell Therapy
spelling doaj.art-4462b842091149478e7689f129b3037a2023-10-20T06:41:12ZengElsevierHematology, Transfusion and Cell Therapy2531-13792023-10-0145S131RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANSAC Griciunas0DEG Camargo1LMAD Santos2IAA Barcessat3PR Criado4VAQ Mauad5DMM Borducchi6Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, BrasilFaculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, BrasilFaculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, BrasilFaculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, BrasilFaculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, BrasilFaculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, BrasilFaculdade de Medicina do ABC (FMABC), Santo André, SP, BrasilIntrodução: Histiocitose de células de Langerhans (HCL) é uma neoplasia rara, com maior prevalente na infância e com incidência em adultos de 1:1.000.000 com idade médiana de 34 anos. A proliferação clonal de células dendríticas leva a uma infiltração local ou difusa em órgãos. Possui apresentação clínica heterogênea, lesões são mais comum em pele e óssos, podendo se manifestar em outros orgâos como pulmões, fígado, medula óssea e órgão endocrinológicos. Lesões cutâneas podem ser difusas, lesões papulovesiculosas ou dermatite seborreica-símile. O diagnóstico é realizado por biopsia com anatomopatológico demostrando células de Langerhans (CL) e perfil imunohistoquimico presentes CD1a, CD207 e S-100 na superfície das células. 60% dos casos podem ter a mutação no gene V600E-BRAF. Objetivos: Apresentar um caso de HCL com acometimento cutâneo e recidivado após a primeira linha de tratamento, discutir novas possibilidades de tratamento a partir da fisiopatologia da doença. Caso clínico: Paciente V.A.G.R, sexo masculino, 53 anos, sem comorbidades, referia quadro de lesões cutâneas em região de couro cabeludo, intertriginosas em virilhas e região interglútea, tronco e membros inferiores com evolução há 4 anos. As lesões possuíam característica erosiva associado a presença de exudato seropurulento. Devido a secreção de lesões em grande quantidade, no momento paciente possuía importante prejuízo social com necessidade do uso de fraudas e compressas em locais acometidos. Realizado duas biopsias de pele, uma delas apresentou análise histológica compatível com proliferação histiocitária e imunofenotipágem positiva para AE1/AE3, CD1a, CD45 LCA parcial, CD68, Ki-67 80%, Proteína S-100. Pesquisa de mutação BRAFV600E negativa. Demais exames para estadiamento da doença demonstrou ausência de outros orgãos acometidos. Submetido a tratamento quimioterápico com ARA-C 100 mg/m2 D1-D5 a cada 28 dias, realizado 12 ciclos, com controle parcial da doença. Após 7 meses do término de tratamento, apresentou recidiva da doença com piora das lesões cutâneas. Optado então por nova terapia com uso de hidroxiureia (HU), dose máxima alcançada 1.500 mg/dia. Após início do tratamento, paciente apresenta regressão importante de lesões cutâneas, toxicidade tolerada e importante ganho na qualidade de vida. Discussão: Não há um consenso para o manejo de HCL, estudos sugerem o uso de vimblastina e prednisona ou citarabina, como possibilidade de primeira linha de tratamento. Dado que as CDs surgem a partir de células precursoras mieloides, dando origem as CLs, terapias dirigidas contra células mieloides podem ser eficazes no tratamento da doença. A Hidroxiureia bloqueia a síntese de DNA de células mieloides pela inibição da ribonucleotídeo redutase, sendo eficaz em neoplasias de origem mieloide. Em um estudo de coorte realizado em Hospital Texas Children's, 15 pacientes foram selecionados com doença cutânea ou óssea refratária a primeira linha de tratamento. Os doentes foram tratados com HU dose máxima tolerada. Foi demonstrado que 80% dos pacientes tiveram resposta a exposição a HU (53% resposta completa e 27% resposta parcial). Conclusão: O manejo da HCL na atualidade ainda é um desafio e carece de estudos clínicos que demostrem maiores níveis de evidência no seu tratamento. A HU possui o benefício de baixo custo, facilidade de administração e efeitos adversos bem estabelecidos, podendo revelar-se um método seguro e uma opção terapêutica eficaz para o controle da doença apresentada.http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923004844
spellingShingle AC Griciunas
DEG Camargo
LMAD Santos
IAA Barcessat
PR Criado
VAQ Mauad
DMM Borducchi
RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
title RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
title_full RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
title_fullStr RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
title_full_unstemmed RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
title_short RELATO DE CASO: HISTOCITOSE DE CÉLULAS DE LANGERHANS
title_sort relato de caso histocitose de celulas de langerhans
url http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137923004844
work_keys_str_mv AT acgriciunas relatodecasohistocitosedecelulasdelangerhans
AT degcamargo relatodecasohistocitosedecelulasdelangerhans
AT lmadsantos relatodecasohistocitosedecelulasdelangerhans
AT iaabarcessat relatodecasohistocitosedecelulasdelangerhans
AT prcriado relatodecasohistocitosedecelulasdelangerhans
AT vaqmauad relatodecasohistocitosedecelulasdelangerhans
AT dmmborducchi relatodecasohistocitosedecelulasdelangerhans