Summary: | Resumo: Em sua teoria da encarnação, Michel Henry subverte radicalmente o paradigma cartesiano tal como é entendido pela fenomenologia tradicional, oferecendo à psicologia e a outras áreas do saber a concepção da indissociabilidade entre a subjetividade e o corpo. Ele concebe o corpo como subjetivo e o denomina carne, sendo que as dissociações são modos de padecimento da individualidade encarnada. Contudo, Michel Henry não tematiza os problemas da encarnação e suas consequências, sendo que tais problemas podem advir de degenerações orgânicas. É relevante para a clínica psicológica tematizarmos sobre os problemas da encarnação, pois o modo como vivemos o corpo é o modo como habitamos a carne. O objetivo deste trabalho é buscar compreender a questão da encarnação nas degenerações orgânicas e como elas afetam a constituição do Si. Para tanto, será utilizado o sentido da audição e sua perda como fio condutor na abordagem da problemática.
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