MULTIMORBIDADE EM IDOSOS E A RELAÇÃO COM A UTILIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Introdução: O processo de envelhecimento compreende alterações fisiológicas que culminam em um declínio tido como natural, de uma série de capacidades do indivíduo, diretamente proporcionais ao seu estilo e condições de vida. Tal processo leva a uma diminuição progressiva na capacidade fisiológica e...

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Main Authors: Danielle Bordin, Maria De Lourdes Bernartt, Rodrigo Bordin, Melina Lopes Lima, Juliana Ligeski Iung Barbosa, Juliana Michalski
Format: Article
Language:English
Published: TUBITAK 2022-10-01
Series:Sağlık Akademisi Kastamonu
Subjects:
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description Introdução: O processo de envelhecimento compreende alterações fisiológicas que culminam em um declínio tido como natural, de uma série de capacidades do indivíduo, diretamente proporcionais ao seu estilo e condições de vida. Tal processo leva a uma diminuição progressiva na capacidade fisiológica e na capacidade de respostas ao estresse ambiental, levando a um aumento da suscetibilidade e vulnerabilidade às doenças, principalmente em relação aos eventos crônicos. A presença de múltiplas doenças é considerada um problema de saúde pública, responsável por uma grande pressão sobre os serviços de saúde. Idosos com multimorbidade tendem a passar por um maior número de hospitalizações, usar simultaneamente vários medicamentos e ter uma maior susceptibilidade a complicações de saúde, o que impõe aos serviços e trabalhadores de saúde a urgência pela integração do cuidado. Objetivo: Avaliar a prevalência de multimorbidade e a utilização de serviços de saúde por idosos brasileiros. Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com dados secundários provenientes de inquérito base populacional (PNS-2013), proposto pelo Ministério da Saúde e conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considerou-se para estudo os dados de 11.177 indivíduos com 60 anos ou mais, residentes na comunidade, em todo o território brasileiro. Considerou-se os dados de características sociodemográficas, autorrelato de presença de doenças crônicas não transmissível e utilização de serviços de saúde. Considerou-se como multimorbidade a presença de duas ou mais DCNT. Os resultados foram analisados descritivamente por meio de frequência absoluta e relativa e pelo teste qui-quadrado. Resultados: O perfil sociodemográfico da amostra foi, em sua maioria, de indivíduos com idade entre 60 e 69 anos (n=6238; 55,8%), do sexo masculino (n=6622; 59,2%), brancos (5314; 47,5%), casados (4808; 43,0%), que estudaram até o ensino primário (4206; 37,6%) e com renda inferior a 1 salário mínimo brasileiro (n=5085; 45,5%). A prevalência de multimorbidade de idosos brasileiros foi de 46,9% (n=5247). Em relação à associação da utilização de serviços de saúde nos últimos 12 meses e multimorbidade, evidenciou-se que a maioria dos idosos com multimorbidade, utilizaram significativamente mais os serviços de saúde, sendo que frequentaram 4 ou mais consultas médicas (n=2163; 66,0%; p<0,001), necessitaram de internação hospitalar (n=707, 64,0%; p<0,001) e precisaram de atendimento de emergência no domicílio (n=214, 69,5%; p<0,001) em comparação com idosos sem multimorbidade. Conclusões: Os idosos brasileiros apresentam alta prevalência de multimorbidade e esta condição afeta significativamente a demanda por serviços de saúde, sejam eles de nível primário e secundário, como as consultas médicas e atendimentos emergenciais, e terciário como internação hospitalar. Nesse sentido, é de fundamental importância o desenvolvimento e melhoria das políticas públicas de saúde e de educação em saúde voltadas à população idosa, em especial aqueles sob maior risco, no que diz respeito à prevenção, controle e atenuação de complicações da multimorbidade, de modo a possibilitar o envelhecimento saudável e a melhora da qualidade de vida, reduzindo custos com o sistema de saúde e aumentando a satisfação dos usuários.
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