MANEJO HEMOTERAPICO DE PACIENTE SUBMETIDA A TRANSFUSÃO INTRAUTERINA – RELATO DE CASO
Objetivos: Descrever as condutas hemoterápicas na seleção do hemocomponente para realização do primeiro caso de transfusão intrauterina atendido pela Agência Transfusional do Banco de Sangue do Hospital Santa Marcelina. Descrição do caso: Paciente de 36 anos, terceira gestação, em acompanhamento no...
Main Authors: | , , , |
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Format: | Article |
Language: | English |
Published: |
Elsevier
2021-10-01
|
Series: | Hematology, Transfusion and Cell Therapy |
Online Access: | http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2531137921008294 |
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author | ST Alves CDV Moraes SR Fernandes JSR Oliveira |
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description | Objetivos: Descrever as condutas hemoterápicas na seleção do hemocomponente para realização do primeiro caso de transfusão intrauterina atendido pela Agência Transfusional do Banco de Sangue do Hospital Santa Marcelina. Descrição do caso: Paciente de 36 anos, terceira gestação, em acompanhamento no ambulatório pré-natal de alto risco desde 31/10/2018, por aloimunização eritrocitária (exame externo de 09/10/2018: anti-D, título 1/8, sem referências a outros anticorpos) e com idade gestacional de 31 semanas. A Agência Transfusional fez a pesquisa e identificação de anticorpos irregular (P.A.I e I.A.I) com detecção de anticorpos anti-D e -C, tipagem O Negativo. Continuou seguimento ambulatorial com ultrassom doppler fetal que avaliou, entre outros parâmetros, a velocidade máxima (VMáx) e os múltiplos da mediana (MoM) da artéria cerebral média nos dias 05, 19 e 21/11/2018. No USG Doppler de 21/11/2018 não havia sinais de hidropsia ou derrames cardíaco, pleural ou abdominal, mas pelos valores de Vmáxde 86,5 cm/s e MoM de 1,77 DP foi recomendado cordocentese para quantificar anemia fetal. Em 22/11/2018, a Agência Transfusional recebe a requisição de transfusão por “aloimunização materna com anemia fetal – transfusão intrautero”. Seguindo as recomendações foi selecionado um concentrado de hemácia deleucocitado (bolsa de coleta com sistema de filtração in line), recente, fenótipos compatíveis (D, C negativos), irradiada, hemoglobina S negativa e optou-se por lavar o hemocomponente. E 46 mL da bolsa foi transfundido por cordocentese, em centro cirúrgico, sem intercorrências. A hemoglobina fetal ao final do procedimento foi de 14,5 g/dL. Com 35 semanas, realizou o parto, com nascimento de recém-nascido, feminino, peso 2536 g, apgar 9/9. Realizado exames no sangue de cordão umbilical com tipagem A RhD Positivo, teste da antiglobulina direto (TAD) negativo. Puérpera e recém-nascido recebem alta após 2 dias do parto. Discussão: Gestantes aloimunizadas são acompanhadas durante a gestação, pois alguns anticorpos causam doença hemolítica perinatal (DHPN) de moderada a grave intensidade e até óbito fetal. Exames não invasivos como doppler fetal fornecem informações indiretas se o feto está com anemia, e através de um procedimento invasivo, como a transfusão intrauterina, podemos corrigir a anemia e a gestação chegar a um estágio seguro para realização do parto. Através da punção guiada por ultrassonografia da veia umbilical, pelo abdome materno sob anestesia local, é possível realizar a transfusão do feto. A comunicação com a Agência Transfusional é imprescindível para seleção do hemocomponente correto, deve-se escolher um concentrado de hemácias recente (níveis de potássio baixo, entre outras vantagens), filtrado (prevenção da transmissão do citomegalovírus), sem hemoglobina S, antígenos negativos para os quais a gestante possui anticorpos. A bolsa deve ser submetida a irradiação antes da transfusão para prevenção da doença do enxerto contra hospedeiro transfusional (DECH-T). A recomendação de lavar o concentrado de hemácia não é obrigatória, mas pode ser útil para retirar anticorpos como anti-A e anti-B, ou quando a bolsa foi coletada da gestante para remover o anticorpo do plasma da bolsa (situação geralmente utilizada quando o antígeno envolvido é de alta frequência). É recomendado que o hematócrito da bolsa esteja em 85% e remover o plasma pode auxiliar a atingir esse valor. Conclusão: A transfusão intrauterina é um procedimento complexo, com riscos envolvidos, e o Serviço de Hemoterapia deve ser previamente comunicado para selecionar e preparar o melhor hemocomponente. Dependendo dos anticorpos pode haver dificuldade de localizar bolsas com fenótipos negativos, demandando convocação de doadores e até uso de sangue materno para realização da transfusão. |
first_indexed | 2024-12-19T19:32:24Z |
format | Article |
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