Emergência Guarani-Mbyá nas Missões Jesuíticas. Novos atores no Patrimônio Cultural?

O artigo trata do processo de valorização patrimonial e da intrínseca necessidade de problematizar ideias estabelecidas, desde uma abordagem que incorpore novos atores à questão patrimonial. Se a ideia de patrimônio cultural vem se modificando ao longo dos anos, apenas muito recentemente tem ocorrid...

Full description

Bibliographic Details
Main Authors: Ana Luisa Jeanty Seixas, Eber Pires Marzulo
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Federal do Rio Grande do Sul 2020-11-01
Series:Em Questão
Subjects:
Online Access:https://doi.org/10.19132/1808-5245260.43-67
Description
Summary:O artigo trata do processo de valorização patrimonial e da intrínseca necessidade de problematizar ideias estabelecidas, desde uma abordagem que incorpore novos atores à questão patrimonial. Se a ideia de patrimônio cultural vem se modificando ao longo dos anos, apenas muito recentemente tem ocorrido a inclusão de atores sociais fundantes do próprio patrimônio nas regiões do globo colonizadas pelas potências europeias a partir do século XV, em especial nas Américas. Os “novos atores sociais”, muitas vezes são agrupamentos presentes desde a pré-história nos territórios com bens patrimonializados, mas que não tiveram seu legado reconhecido como patrimônio cultural, ou apenas há pouco tempo e mesmo assim de maneira subordinada e secundária. Para analisar a questão se toma como caso as Ruínas Jesuíticas Guarani, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul/Brasil, patrimônio reconhecido oficialmente há quase um século, cuja valorização da cultura Guarani ainda precária e incompleta é constrangedoramente recente. Em particular, será analisado o processo de reconhecimento da dimensão imaterial Guarani do bem “Tava, Lugar de Referência para o Povo Guarani”, declarada patrimônio cultural brasileiro em 2014. A análise da valorização da Tava como patrimônio será realizada a partir da compreensão de diferentes narrativas constitutivas de um mesmo bem cultural. As formulações aqui apresentadas partem de pesquisa em andamento e se inserem no interior da abordagem da crítica à perspectiva colonial da patrimonialização.
ISSN:1808-5245
1808-5245